Entidades médicas reforçam a necessidade de cuidados rigorosos ao optar por procedimentos estéticos invasivos. Procedimentos devem ocorrer em ambientes adequados
Pedro Miranda Publicado em 10/06/2024, às 13h31
A trágica morte de um jovem de 27 anos em São Paulo, decorrente de complicações de um peeling de fenol realizado em uma clínica estética, trouxe à tona preocupações sobre a segurança desses procedimentos. O caso, agora investigado como homicídio, revelou que a proprietária do estabelecimento não possuía especialização ou autorização para realizar o tratamento. A clínica foi interditada e multada.
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Entidades médicas reforçam a necessidade de cuidados rigorosos ao optar por procedimentos estéticos invasivos. O Conselho Federal de Medicina (CFM) alerta que esses tratamentos devem ser realizados exclusivamente por médicos qualificados, preferencialmente dermatologistas ou cirurgiões plásticos, garantindo a segurança e a eficácia do atendimento.
O CFM destaca que mesmo em mãos experientes, os procedimentos devem ocorrer em ambientes adequados e equipados para emergências. A fiscalização rigorosa por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e das vigilâncias estaduais e municipais é crucial para coibir práticas irregulares. Em nota, o CFM exige medidas severas contra estabelecimentos que operam fora dos padrões legais e sanitários.
O peeling de fenol é aprovado no Brasil e recomendado para tratar o envelhecimento facial severo, conforme a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Quando executado corretamente, pode melhorar a produção de colágeno e reduzir significativamente rugas e manchas. No entanto, devido ao seu caráter invasivo, exige cuidados extremos e um longo período de recuperação.
A SBD enfatiza a importância de uma avaliação médica detalhada antes do procedimento. Pacientes devem realizar exames prévios e estar cientes dos riscos potenciais, incluindo complicações cardíacas, hepáticas e renais. Durante o tratamento, é essencial o monitoramento contínuo para evitar efeitos adversos graves.
A dermatologista Gisele Petrone, do Departamento de Cosmiatria da SBD, reforça que uma avaliação cardiológica é indispensável, já que disfunções cardíacas podem contraindicar o peeling de fenol. A toxicidade do composto utilizado demanda precauções rigorosas para evitar complicações como dor intensa, cicatrizes, infecções e alterações na coloração da pele.
Em resposta à Agência Brasil, a Anvisa confirmou que o fenol é autorizado para uso estético profissional e que sua comercialização na internet é ilegal. A agência está removendo anúncios irregulares e monitora o comércio online para reduzir violações.
O caso serve como um alerta para a necessidade de regulamentação e fiscalização mais rígidas, visando proteger a saúde dos pacientes e garantir a segurança nos procedimentos estéticos.
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