O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta terça pela inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro e do General Braga Netto por oito anos
Mylena Lira Publicado em 01/11/2023, às 19h34
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta terça-feira (31) pela inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro e do General Braga Netto por oito anos, em decorrência do uso eleitoral das comemorações do 7 de setembro de 2022. Esta é a segunda condenação de Bolsonaro à inelegibilidade por oito anos, mas o prazo continuará contando a partir da primeira condenação, impossibilitando sua participação em eleições até 2030.
O primeiro caso de inelegibilidade de Bolsonaro ocorreu devido ao abuso de poder político e uso impróprio dos meios de comunicação, durante uma reunião realizada com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho do ano anterior, na qual atacou o sistema eletrônico de votação.
A decisão atual do TSE também afeta Braga Netto, que foi o vice na chapa de Bolsonaro e participou ativamente dos eventos cívicos e comícios. Ambos foram multados, sendo Bolsonaro em R$ 425 mil e Braga Netto em R$ 212 mil, por utilizarem a estrutura do evento do Bicentenário da Independência para promover a candidatura à reeleição.
Com um placar de 5 votos a 2, o relator, ministro Benedito Gonçalves, prevaleceu na votação e argumentou sobre as irregularidades cometidas por Bolsonaro durante as celebrações do 7 de setembro em Brasília e no Rio de Janeiro.
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Gonçalves citou diversas ações de Bolsonaro que configuraram o abuso de poder, como:
No Rio de Janeiro, houve irregularidades no deslocamento de Bolsonaro no avião presidencial para um comício paralelo ao evento cívico-militar, além da transferência do desfile militar para a orla de Copacabana, local com presença significativa de apoiadores de Bolsonaro durante a campanha eleitoral.
Os ministros que votaram pela condenação foram Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes. Por outro lado, os ministros Raul Araújo e Nunes Marques votaram pela rejeição das acusações.
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O julgamento foi motivado por três ações protocoladas pelo PDT e pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), alegando a inelegibilidade de Bolsonaro e a aplicação de multas, devido à utilização das comemorações do Bicentenário da Independência para promover a candidatura à reeleição.
Na primeira sessão do julgamento, a defesa de Bolsonaro afirmou que o ex-presidente não usou as comemorações do 7 de setembro para promover sua candidatura, destacando que Bolsonaro se afastou do palanque oficial e foi para outra parte da Esplanada dos Ministérios, onde um carro de som preparado pela campanha estava sem ligação direta com o evento cívico.
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