Foram coletadas amostras de peixes em mercados e feiras de 17 cidades amazônicas. Fiocruz destacou a necessidade de maior controle do território amazônico
Pedro Miranda Publicado em 30/05/2023, às 20h36
Um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com o Greenpeace Brasil, o Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé), o Instituto Socioambiental e o WWF-Brasil revelou que os peixes consumidos nos principais centros urbanos da Amazônia estão contaminados por mercúrio.
Os resultados alarmantes mostram que os peixes de todos os seis estados amazônicos apresentaram níveis de contaminação acima do limite aceitável estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 0,5 microgramas por grama.
Conforme o estudo, Roraima é o estado com os piores índices de contaminação, onde 40% dos peixes analisados apresentaram níveis de mercúrio acima do limite recomendado. Em seguida, está o Acre, com 35,9% dos peixes contaminados. Por outro lado, o Pará e o Amapá registraram os menores índices, com 15,8% e 11,4%, respectivamente.
A Fiocruz ressaltou que, em média, 21,3% dos peixes comercializados na região apresentaram níveis de mercúrio acima dos limites seguros. Essa contaminação representa um risco à saúde da população, uma vez que a ingestão diária de mercúrio ultrapassa a dose de referência recomendada em todas as camadas populacionais analisadas.
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O estudo revelou que no município de Rio Branco, considerado o mais crítico, a ingestão de mercúrio pode ser até 31,5 vezes maior do que a dose de referência indicada pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. Mulheres em idade fértil e crianças de 2 a 4 anos estão entre os grupos mais vulneráveis, ingerindo até nove e 31 vezes mais mercúrio do que o aconselhado, respectivamente.
Em relação à pesquisa, foram coletadas amostras de peixes em mercados e feiras de 17 cidades amazônicas nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima. Foram avaliados 1.010 exemplares de peixes de 80 espécies diferentes. Os resultados indicaram que os peixes carnívoros, que são mais consumidos pela população, apresentaram níveis de contaminação maiores do que as espécies não carnívoras, sendo 14 vezes mais contaminados.
A Fiocruz destacou a necessidade de maior controle do território amazônico e a erradicação dos garimpos ilegais e outras fontes de emissão de mercúrio para o ambiente. Essas medidas são essenciais para garantir a segurança alimentar e a preservação da saúde da população que depende dos recursos pesqueiros da região.
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