Na coluna dessa semana, Gabriel Granjeiro apresenta 13 dicas da psicoterapeuta Amy Morin para ajudar a eliminar os mau hábitos
Publieditorial Publicado em 15/03/2023, às 15h33
Não basta ter bons hábitos. Pense comigo: ainda que você faça exercícios físicos todos os dias, se comer só porcaria, provavelmente ainda não estará saudável. Com a mente é a mesma coisa.
Precisamos identificar os nossos maus hábitos e ir gradualmente eliminando-os, ou eles terão o poder de anular tudo de bom que fazemos. Talvez você nem tenha percebido isso, mas é provável que ao menos um mau hábito esteja atrapalhando os seus projetos, e acredite: um único hábito ruim é extremamente eficiente para aos poucos corroer nossos sonhos, sem dó.
Pensando nisso, e inspirado nas dicas da psicoterapeuta Amy Morin, decidi compartilhar com você 13 maus hábitos que as pessoas consideradas mentalmente fortes não têm.
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Todos passamos por fases, inclusive de tristeza e de luto, e é importante vivenciar cada um desses momentos. Eles são parte importante dos processos de cura e superação que eventualmente a vida vai impor. Mas isso não significa que podemos amplificar esses sentimentos a ponto de sentirmos dó de nós mesmos, de nos afundarmos nos problemas e de nos aprisionarmos em nossas misérias. Como toda fase, essas também devem passar. Permita-se seguir em frente.
Quando admitimos que alguém nos deixa furiosos ou tristes, estamos, na prática, empoderando essa pessoa. Todos temos um ou outro conhecido que é, de fato, insuportável, mas a nossa reação ao que ele faz ou fala depende completamente de nós. Somos nós que temos o controle da nossa vida. Precisamos ter em mente que esse poder é nosso e ninguém pode tirá-lo de nós.
Mudanças são difíceis, porém necessárias. Dão frio na barriga, e não há qualquer garantia de que tudo dará certo no fim. Ainda assim, evitá-las a qualquer custo é garantir que a vida não melhore. Permanecer na zona de conforto pode parecer tentador, mas acredite: algo melhor aguarda do outro lado das pequenas ou grandes transformações.
Ficar remoendo algo que aconteceu e não pode ser mudado é desperdiçar energia e tempo, recursos que, como a experiência ensina, são escassos e valiosíssimos. Não espere os anos passarem para só então se dar conta disso. Da mesma forma, dedicar energia demais a algum projeto ou atividade que não depende apenas de você pode trazer frustração e desânimo. Não permita que isso detenha você.
Ninguém tem controle sobre os sentimentos dos outros. Sendo bem franco, nenhum de nós pode ser o motor da felicidade alheia, e qualquer tentativa nesse sentido será vã. A frustração será inevitável. Nem Jesus Cristo, que dividiu a história da humanidade, pôde agradar a todos.
+Gabriel Granjeiro: "Comprometimento não aceita meio-termo"
Evoluir envolve alguns perigos. Até quem se julga conservador e avesso a riscos está sujeito a eles. O maior de todos, aliás, é não fazer nada, o que assegura – sim, assegura – que nada vai melhorar. Então avalie suas decisões e calcule os seus próximos movimentos conforme aparentem ter maior potencial benéfico que nocivo. Proponha-se a fazer escolhas nas quais você tenha mais a ganhar do que a perder.
Estudar para concursos, por exemplo, pressupõe alguns riscos, na medida em que demanda tempo, dinheiro e – talvez o pior – renúncias, sem garantia de sucesso. Todavia, os ganhos são tão significativos que absolutamente TODOS os aprovados com quem já tive oportunidade de conversar me relataram que as perdas temporárias foram mais do que compensadas.
Aprender com o passado é saudável; viver nele é perda de tempo. A jornada da vida só tem uma direção possível: para a frente. O tempo não volta.
Não há problema algum em errar. É algo saudável e até esperado para aqueles que tentam coisas novas e potencialmente transformadoras. Tolice é seguir cometendo os mesmos erros sempre e sempre. Não se vergonhe dos seus equívocos, dos seus erros de percurso; aprenda com eles e se comprometa a não repeti-los. Erros novos apenas, por favor!
+Granjeiro: "Nada supera o trabalho"
Comparações são perigosas, e o advento das redes sociais potencializou os maus efeitos disso. Quem se ressente do sucesso alheio caminha rumo à amargura, por isso inspire-se em gente bem-sucedida, sim, mas evite se comparar a elas. Se alguém conseguiu algo, ótimo! É sinal de que você também pode conseguir, porém no seu tempo e na sua estrada.
Falhas são sintoma de que você está tentando. Elas não representam quem você é, e sim onde você está. Se forem interpretadas como a representação do seu valor pessoal, você dificilmente vai querer tentar de novo. Eis por que é tão importante entendê-las como um momento em vez de como representativas de sua história.
Algum grau de solitude tem o seu valor nas maiores realizações. Há, é claro, quem sempre precise estar cercado de gente. É como se essas pessoas tivessem medo de si mesmas, mas a verdade é que ninguém faz nada de grandioso na vida sem antes vivenciar alguns momentos de solidão.
Infelizmente, as coisas podem ser um tanto injustas. Nem sempre nossa bondade será reconhecida ou nosso esforço recompensado. Se por um lado isso pode ser um bocado desanimador, por outro também pode se mostrar libertador. Quando compreendemos essas contradições da vida, tratamos de dar o nosso melhor sem um senso de direito falsamente estabelecido. O mundo não nos deve nada. Simples assim.
+Gabriel Granjeiro: "É possível ser imparável?"
Como já mencionei em outros artigos, a vida é construída no longo prazo. O dinamismo da tecnologia nos acostumou a ter recompensas imediatas ou quase imediatas, mas a nossa biografia não é escrita na mesma velocidade. Tudo de valor envolve planejamento, dedicação e constância. Ninguém perde quilos e mais quilos depois de ter treinado apenas alguns dias. A mesma lógica se aplica à construção de grandes projetos.
Na apresentação a que assisti de Amy Morin, uma das histórias que ela conta é a de um ex-paciente diabético que assistia inerte à própria saúde deteriorar. A mãe desse homem morrera ainda jovem poucos anos antes, e ele pressentia que o seu destino seria o mesmo.
Seus níveis de açúcar no sangue eram tão altos que acabaram comprometendo sua visão a ponto de ele perder a licença para dirigir. Depois de algumas conversas com o homem, Amy percebeu que, embora ele soubesse exatamente o que precisava fazer para manter a diabetes sob controle, achava que não valia a pena nem tentar, de tanto que acreditava na inevitabilidade do seu destino.
Depois de algum tempo, a psicanalista conseguiu convencê-lo a fazer pequenas mudanças pontuais a fim de ir melhorando aos poucos suas condições de saúde. Na primeira semana, ele substituiu os 2 litros diários de Pepsi normal que bebia por 2 litros de Pepsi diet.
Percebendo como se sentiu melhor fazendo apenas isso, na semana seguinte trocou o sorvete que consumia à noite por um doce menos calórico. Tendo observado mais melhora, pouco tempo depois comprou uma bicicleta ergométrica usada, instalou-a em frente à televisão e passou a se exercitar enquanto assistia a seus programas favoritos. Veio a perda de peso e o controle das taxas em geral. Até a visão melhorou, e ele concluiu que não estava fadado a morrer jovem como a mãe.
Ele podia, sim, fazer o melhor dentro do seu contexto e nas condições em que estava. O destino não estava escrito, e ele era plenamente capaz de ser coautor da própria história. Custou algum tempo, mas ele finalmente passou a enxergar isso.
Você se identificou com alguns desses maus hábitos que pessoas mentalmente fortes não têm? Se sim, qual deles vai eliminar desde já? Responda nos comentários e se comprometa a melhorar um pouquinho a cada dia, sempre se comparando com o você de ontem em vez de com alguma pessoa de mentira que se vê nas redes sociais.
*texto de Gabriel Granjeiro, diretor-presidente do Gran Cursos Online
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