Venda de carros 0KM no primeiro semestre supera ano anterior, diz pesquisa da Anfavea divulgada hoje (5); Veja detalhes sobre a indústria automobilística
Jean Albuquerque Publicado em 05/09/2023, às 17h45
A indústria automobilística registrou uma reviravolta no primeiro semestre deste ano, superando as expectativas do ano anterior. No entanto, em agosto, o cenário mostrou um declínio nas vendas de veículos, com uma queda de 8%, marcando o primeiro mês desde o encerramento do programa de descontos do governo federal para carros zero quilômetro.
As vendas mensais caíram para 208 mil unidades, em comparação com as 226 mil registradas em julho. Apesar dessa redução, agosto se destacou como o segundo melhor mês em termos de vendas neste ano, conforme revelaram os dados recentes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), divulgados nesta terça-feira (5).
Este mês representou o início da ausência de impactos claros do programa de incentivos do governo federal. Com os descontos, a média diária de vendas em julho atingiu 10,7 mil veículos, enquanto em agosto, esse número ficou em 9 mil veículos vendidos diariamente.
Por outro lado, a produção de veículos apresentou um aumento significativo em agosto, com um incremento de 24%, impulsionado pela redução dos estoques do mês anterior. Foram fabricados 227 mil veículos, comparados aos 183 mil produzidos em julho. Entretanto, em comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção sofreu uma queda de 4,6%.
No acumulado do ano, a indústria automobilística registrou uma diminuição de 0,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, com um total de 1,542 milhão de veículos fabricados até o momento, em comparação com os 1,549 milhão produzidos em 2022.
O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, ouvido pelo G1, destacou a ausência de paralisações na produção como um sinal muito positivo, em contraste com anos anteriores.
Ele ressaltou que parte desse desempenho foi impulsionada pelas exportações, com um crescimento notável nas vendas para o México, que atualmente representa 31% das exportações de veículos brasileiros. Em seguida, vêm a Argentina, com 29% de participação, seguida por Colômbia (10%) e Chile (6%).
Ele enfatizou que o México tem recebido investimentos significativos nos últimos anos, experimentando um crescimento expressivo na indústria automotiva, o que impacta diretamente o Brasil devido ao acordo de livre comércio entre os países.
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O programa de redução de preços de veículos promovido pelo governo federal teve como principal foco a venda de carros populares. Os descontos oferecidos variaram de R$ 2 mil a R$ 8 mil, direcionados especificamente a veículos de pequeno porte, com um valor total não superior a R$ 120 mil.
Inicialmente, o programa estava planejado para um período de quatro meses, mas os recursos disponíveis se esgotaram surpreendentemente em apenas um mês. De acordo com as estimativas governamentais, cerca de 125 mil veículos foram comercializados após a alocação de R$ 650 milhões dos R$ 800 milhões previstos para descontos nessa modalidade.
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