Indústria tem DEFLAÇÃO de 2,72% no mês e cresce expectativa por queda da Selic

IBGE divulgou IPP que registrou deflação de 2,72% no mês de julho nos preços da indústria, consumidor pode pagar mais barato por produtos; Saiba mais

Jean Albuquerque   Publicado em 31/07/2023, às 15h45

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Os preços da indústria apresentaram deflação de 2,72% em junho, em comparação a maio. Este é o quinto mês seguido com queda, o que cria uma expectativa para a diminuição da taxa Selic (juros básicos da economia), que hoje está em 13,75% ao ano.

Segundo os dados divulgados na última quinta-feira (27) pelo IBGE, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou variações negativas no mês de junho, com uma queda significativa de -6,46%. 

O governo federal comemorou a queda na indústria. "Preço baixo nas matérias-primas é preço baixo para o consumidor. O Brasil ganha!", escreveu em uma postagem em conta oficial do governo do país no Instagram. (Veja abaixo).

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Menor índice desde início da série histórica

Essa marca representa o menor índice já registrado para um mês de junho desde o início da série histórica em 2014. Além disso, o acumulado em 12 meses apresentou uma taxa ainda mais baixa, atingindo -12,37%, o que também representa a menor taxa já observada na série histórica.

A pesquisa revelou que, das 24 atividades industriais investigadas, 19 delas tiveram variações negativas em relação a maio, mostrando a abrangência da desaceleração econômica no setor industrial.

Segundo o analista do IPP, Felipe Câmara, nos últimos 12 meses é a primeira vez que a deflação atinge dois dígitos de variação negativa.  "É importante ter em vista o efeito da queda continuada dos preços de commodities chave, que tem barateado os custos de produção ao longo das cadeias produtivas nacionais". 

Câmara explica que esse efeito torna os "produtos importados básicos mais competitivos e reduzido a receita unitária de venda do exportador brasileiro. Todo esse efeito é maximizado pela apreciação cambial dos últimos meses”. 

Veja as variações mais intensas 

As atividades industriais que apresentaram as quatro variações mais intensas no Índice de Preços ao Produtor (IPP) foram: indústrias extrativas, com uma queda de -10,52%; refino de petróleo e biocombustíveis, com uma retração de -6,32%; outros produtos químicos, com uma redução de -5,01%; e papel e celulose, com uma diminuição de -4,40%.

O setor industrial de alimentos teve um papel de destaque na composição do resultado agregado do IPP ao comparar os preços de junho com os de maio. Essa atividade foi responsável por uma influência negativa de -0,83 ponto percentual (p.p.) na variação de -2,72% observada na indústria em geral.

O analista da pesquisa destacou que a conjuntura econômica foi reforçada pela disponibilidade abundante de matéria-prima para a fabricação de alimentos, o que teve um impacto determinante no recuo do IPP em relação a maio. 

Além disso, as indústrias extrativas, o refino de petróleo e a indústria química também exerceram influência significativa. Em conjunto, essas quatro atividades representam quase metade do cálculo do IPP e todas foram afetadas por um ou mais dos fatores mencionados anteriormente.

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