A afirmação foi feita nesta segunda em um evento realizado na CUT. Cerca de 7 mil militares ocupam cargos de civis que não prestaram concursos públicos
Pedro Miranda* | redacao@jcconcursos.com.br Publicado em 04/04/2022, às 18h21
O ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT) disse nesta segunda-feira (4) que pretende tirar os militares que ocupam cargos comissionados no governo federal e realizar novos concursos públicos, caso seja eleito no pleito de outubro. A afirmação foi feita em um evento realizado na Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Paulo.
Lula destacou ainda que vai precisar tirar os cerca de 7 mil militares que estão no cargo de pessoas que não prestaram concursos públicos. “Vamos ter que tirar. E isso não pode ser motivo de bravata”, afirmou.
No último ano do governo Michel Temer (MDB), 2.765 militares estavam no cargo de civis no poder executivo federal em 2018, segundo investigação do Tribunal de Contas da União. Esse número saltou para 3.515 em 2019, no primeiro ano do governo Bolsonaro, e chegou a 6.157 em julho de 2020, um aumento de 122% em relação ao período anterior.
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A postura incômoda do presidente Lula em relação à presença massiva de militares no governo federal não é novidade. Ao participar de outro evento no Rio de Janeiro no fim de março, o ex-presidente afirmou que o “papel dos militares não é puxar saco de Bolsonaro nem de Lula”.
Na perspectiva de Lula, as forças militares precisam ficar longe de disputas políticas. "O Exército não serve para política, ele deve servir para proteger a fronteira e o país de ameaças externas”, destacou.
O ex-presidente também classificou o Congesso como o “pior da história”. Lula comentou que será necessário conversar com a sociedade sobre a importância de votar no Legislativo. "Se o doutor Ulysses Guimarães estivesse vivo ele ia dizer que nós temos hoje o pior Congresso Nacional da história do Brasil”.
A crítica foi motivada por causa do orçamento secreto definido durante o governo Bolsonaro. “Se esse orçamento fosse uma coisa boa, por que ele não é público? Por que a gente não sabe o nome do deputado que recebe?”, questionou.
*Estagiário sob supervisão do jornalista Jean Albuquerque
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