Lula comentou que pretende apresentar novo programa de desenvolvimento para o Brasil quando atingir os 100 dias de governo
Victor Meira Publicado em 23/03/2023, às 18h49
O atual nível da taxa de juros tem gerado descontentamento no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que argumenta que é insustentável continuar vendo uma parcela do país defendendo taxas de juros elevadas e outra parcela criticando-as a cada 45 dias.
Segundo o presidente, é necessário encontrar soluções que permitam que a economia brasileira cresça acima do que é considerado normal. Durante seus mandatos como presidente entre 2003 e 2010, Lula afirma que em todas as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) havia alguém que criticava o aumento da taxa de juros, defendia a redução ou elogiava a decisão.
“Eu digo todo dia, não tem explicação para nenhum ser humano, no planeta Terra, a taxa de juros no Brasil estar a 13,75%. Não existe explicação, então, como presidente da República, eu não posso ficar discutindo cada relatório do Copom. Não posso. Eles paguem o preço pelo que estão fazendo. A história julgará cada um de nós. A única coisa que eu sei é que a economia brasileira tem que crescer. Nós precisamos gerar emprego. O emprego é a única coisa que garante tranquilidade. Se seu pai trabalha, sua mãe trabalha, se você trabalha, todo mundo ganha um pouco, a economia volta a crescer. É esse país que eu quero construir e é esse país que vamos construir”, afirmou.
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O presidente afirmou que, ao atingir os primeiros 100 dias de governo, será apresentado um novo programa de desenvolvimento para o Brasil. Ele destacou a importância de investir em infraestrutura, como estradas, pontes e rodovias, além de cuidar do saneamento básico, tratamento de água, saúde e educação.
O presidente ressaltou que não pretende se envolver em brigas com outros líderes, mas sim concentrar-se em realizar suas promessas de campanha, afirmando: "Fui eleito para fazer, eu vou fazer".
Lula afirmou que não é possível tomar qualquer medida para destituir Roberto Campos Neto da presidência do Banco Central, pois a nomeação do ocupante do cargo depende da aprovação do Senado. Ele relembrou que, durante seus mandatos anteriores, mantinha diálogos com Henrique Meirelles, então presidente do Banco Central, mas que, desta vez, se Campos Neto não quiser, não há necessidade de contatá-lo.
“Se esse cidadão quiser, ele nem precisa conversar comigo. Ele só tem que cumprir a lei que estabeleceu a autonomia do Banco Central. Ele precisa cuidar da política monetária, mas precisa cuidar também do emprego, cuidar da inflação e da renda do povo. É isso que está na lei, basta ler a lei”, disse, acrescentando que, a seu ver, Campos Neto não está cumprindo com a sua missão.
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“Todo mundo sabe que ele não está fazendo [cuidar da política monetária, do emprego e da inflação]. Se ele estivesse fazendo, eu não estava reclamando. Eu sou bobo de reclamar de uma coisa boa?”, disse.
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