A meta de inflação para 2021, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75%, com um limite inferior de 2,25% e um superior 5,25%. Ou seja, o IPCA está acima do planejado
Redação Publicado em 09/08/2021, às 10h19
O Boletim Focus divulgou, nesta segunda-feira (09), a previsão do mercado financeiro para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que subiu de 6,79% para 6,88% para o ano de 2021. O aumento já é o 18º consecutivo. Este boletim é um estudo semanal publicado pelo Banco Central (BC), também conhecido como Bacen, em Brasília, para projetar os principais indicadores econômicos do Brasil.
A previsão para 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.
Em junho, a inflação desacelerou para 0,53%, depois de chegar a 0,83% em maio. Ainda assim, com o resultado, o IPCA acumula alta de 3,77%, no ano, e 8,35%, nos últimos 12 meses.
Para 2022, a estimativa de inflação é de 3,84%. Para 2023 e 2024, as previsões são de 3,25% e 3%, respectivamente.
Os dados de julho devem ser divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) amanhã (10), mas o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15), que mede a prévia da inflação oficial, registrou inflação de 0,72% no mês passado, a maior variação do IPCA-15 para um mês de julho desde 2004 (0,93%).
Para alcançar a meta de inflação, o Bacen usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, que foi elevada na semana passada de 4,25% ao ano para 5,25% ao ano pelo Copom (Comitê de Política Monetária). Ao anunciar a decisão, o Copom já sinalizou que pretende elevar a Selic em mais um ponto percentual na próxima reunião, marcada para setembro.
Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2021 em 7,25% ao ano. Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa básica mantenha esse mesmo patamar. E tanto para 2023 como para 2024, a previsão é 6,5% ao ano.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Assim, taxas mais altas podem dificultar a recuperação da economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
*trechos com reprodução da Agência Brasil