Comissão mista da Câmara dos Deputados discutiu nesta terça-feira (2) uso de energia solar no programa MINHA CASA, MINHA VIDA; saiba os detalhes
Jean Albuquerque Publicado em 02/05/2023, às 20h42
Durante a reunião da comissão mista da Medida Provisória 1162/23, que trata do programa habitacional MINHA CASA, MINHA VIDA, que ocorreu nesta terça-feira (2), especialistas defenderam o uso de painéis solares nas construções como uma maneira de diminuir a conta de energia dos moradores.
O governo federal tem o objetivo de entregar 2 milhões de moradias com o relançamento do programa habitacional. O presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia, destaca que a União poderia instalar 2 módulos fotovoltaicos com 1kW de potência por casa, reduzindo em até 70% o valor da energia elétrica.
O investimento exigido para a instalação de 2GW de potência, correspondente ao total de casas projetado pelo governo, seria de cerca de R$9,5 bilhões, com a criação de 60 mil empregos locais e arrecadação de R$2,4 bilhões, segundo estimativas de Sauaia.
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Ouvido pela Agência Câmara, o executivo destaca que "essa tecnologia, que no passado era considerada uma tecnologia de rico, não é. E nada melhor do que um programa como o Minha Casa, Minha Vida para ajudar a reduzir o maior peso no orçamento das famílias de baixa renda com energia limpa e renovável”.
Ainda sobre o assunto, Sauaia ressaltou que essa redução equivalente a 70% do valor na conta de energia, é uma realidade em 12 mil moradias, que foram construídas com painéis fotovoltaicos pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) de São Paulo, que aposta nessa solução desde 2015.
Rafael Ramos Codeço, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, defendeu que a demanda pública pode impulsionar a cadeia de produção da energia solar e inseri-la na cadeia produtiva da construção nacional.
Durante a reunião, os deputados Guilherme Boulos (Psol-SP) e Marangoni (União-SP), relator da MP, alertaram para o eventual encarecimento de projetos de construção em razão do custo de manutenção dos painéis fotovoltaicos.
O relator se referia a um modelo de geração de energia solar pelo qual uma usina é instalada em terreno fora da área urbana. Neste caso, a energia gerada é injetada na rede e pode ser aproveitada por terceiros por meio da compra de créditos.
O representante da Absolar esclareceu que, no caso de painéis instalados em telhados, como foi feito nos projetos do CDHU, o custo de manutenção foi mínimo, "na faixa de 1% do total do investimento por ano".
Já nas usinas solares, o executivo apontou a vantagem de que a manutenção pode ser terceirizada à construtora responsável pela obra ou a empresas especializadas em energia solar, e reforçou que os equipamentos têm vida útil de 25 anos.
O texto da MP já prevê que as obras do programa habitacional devem incluir a instalação de equipamentos de energia solar, bem como estabelece prioridade para projetos com uso de fontes de energias renováveis.
*Com informações da Agência Câmara
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