A MP permite a redução proporcional da jornada e dos salários dos trabalhadores (em 25%, 50% ou 70%), com percentual de corte pago pelo governo federal através do seguro-desemprego
Redação Publicado em 28/05/2020, às 10h11
De acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a MP 936/20 (Medida Provisória), que permite redução da jornada de trabalho e de salários e também a suspensão do contrato do empregado por até três meses, poderá ser votada em plenário ainda nesta semana.
Editada no início de abril, a MP permite a redução proporcional da jornada e dos salários dos trabalhadores (em 25%, 50% e 70%), com o percentual de corte pago pelo governo através do seguro-desemprego. No caso da suspensão temporária do contrato de trabalho, o governo paga 70% do seguro-desemprego aos funcionários de grandes empresas, ou 100%, se forem empregados de pequenas e médias empresas.
Maia, que defende a prorrogação no prazo de validade da MP, disse que gostaria de votar o texto nesta quarta-feira, mas que o relator, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), ainda não entregou o parecer. "Estamos terminando o relatório, não sei se fica pronto hoje. A intenção é terminar [a votação] nesta semana, já que o prazo dela está acabando." Ele afirmou que há urgência na votação da MP 936, entre hoje e amanhã, para que o Senado possa debater, e o governo decidir se prorroga, ou não. "O que eu defendo é a possibilidade de prorrogação da medida por pelo menos mais dois meses.”
Entre as alterações promovidas pelo relator Orlando Silva, está a prorrogação da desoneração da folha de salários para 17 setores da economia, como os de calçados e da construção civil, até dezembro de 2021. O texto atual prevê a desoneração até dezembro de 2020. Silva argumenta que a ampliação ajudará a manter empregos no momento pós-pandemia.
Questionado sobre as mudanças, Maia disse que ainda não as conhecia, mas que já esperava que o tema aparecesse no texto da MP ou no plenário. “Esses temas vão aparecer no plenário de qualquer forma, seja no texto do relator ou em emendas de plenário. Ninguém deve ficar estressado, preocupado: a votação dessa matéria sempre traz um enfrentamento de pontos de vistas, de posições de como o setor privado deve funcionar.”
*reprodução Agência Brasil