IBGE realiza pesquisa com foco na saúde da população brasileira, 133 mil domicílios serão visitados, em mais de 2,5 mil municípios do país
Jean Albuquerque Publicado em 13/10/2023, às 07h58
Uma nova pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que foi iniciada nesta semana, tem foco na saúde da população brasileira. As informações são para a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS) 2023.
Até o final do levantamento, serão visitados 133 mil domicílios, em mais de 2,5 mil municípios espalhados pelo país. A novidade para este ano é a inclusão da pergunta sobre orientação sexual e identidade de gênero dos brasileiros. Já para os resultados, a previsão é de serem divulgados no último trimestre de 2024.
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A PNDS 2023, uma pesquisa em parceria com a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) do Ministério da Saúde, aborda diversas dimensões da saúde e bem-estar da população.
Esta pesquisa visa coletar informações abrangentes, incluindo a avaliação do estado de saúde, satisfação com o atendimento médico, aspectos da vida familiar, como uniões, planejamento reprodutivo, filhos, pré-natal, conhecimento e uso de métodos contraceptivos, bem como aspectos relacionados à saúde e nutrição de crianças com até cinco anos de idade.
Além disso, a PNDS 2023 representa um marco importante ao permitir que os entrevistados expressem com qual gênero se identificam, incluindo opções como mulher, mulher trans, homem, homem trans, travesti ou não binário. Há também um campo "outro" que permite especificar gêneros não listados e a opção de não responder à questão.
A coleta de dados sobre orientação sexual foi aprimorada em comparação com a pesquisa realizada em 2019, no âmbito da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). Naquela ocasião, os entrevistados podiam escolher entre as categorias heterossexual, homossexual ou bissexual. Agora, as opções incluem lésbica, gay, heterossexual, bissexual, outro, não sabe ou não deseja responder.
Os resultados da PNS anterior, divulgados em 2022, revelaram que 94,8% da população adulta se identificou como heterossexual, enquanto 1,2% se declarou homossexual e 0,7% se identificou como bissexual. No entanto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identificou uma possível subestimação desses números e buscou esclarecer a questão.
Para isso, o IBGE formou um grupo de discussão para refinar a coleta de dados, esclarecer confusões sobre os termos e garantir uma representação mais precisa da diversidade de identidades.
A Agência Brasil ouviu a professora de psicologia do Instituto Federal do Rio de Janeiro, Jaqueline Gomes de Jesus, que ressalta a importância da coleta de dados para mapear essa população e informar a formulação de políticas públicas.
Ela destaca que além do valor intrínseco da pesquisa, o processo de autorreflexão que ele envolve é didático e fornece visibilidade às pessoas, contribuindo para políticas públicas mais embasadas em dados consistentes.
A pesquisa coletará dados abrangentes sobre a saúde física e mental dos participantes, bem como sua busca por atendimento em unidades básicas de saúde e a avaliação desse atendimento.
Além disso, um módulo específico abordará o pré-natal e o parto de mulheres, verificando se os protocolos foram seguidos, se a gravidez foi de risco, as preferências em relação ao parto e o tipo de parto realizado. O envolvimento dos homens no pré-natal também será analisado.
A saúde das crianças com até 5 anos é outro foco da pesquisa, incluindo questões sobre alimentação, uso de telas, marcos de desenvolvimento e ocorrência de doenças comuns na infância, como febre, tosse e infecções respiratórias. Para crianças de até 3 anos, serão registradas informações sobre exames neonatais, como o teste do pezinho, orelhinha, olhinho e coraçãozinho, além das vacinas administradas.
Este é o quarto ciclo da pesquisa no Brasil, com edições nacionais anteriores em 1986, 1996 e 2006, sendo a primeira vez que o IBGE conduz essa importante pesquisa de saúde.
O IBGE anunciou que os entrevistadores envolvidos na pesquisa estarão devidamente identificados com crachás e equipados com dispositivos de coleta de dados. Para garantir a legitimidade do agente do IBGE, os cidadãos têm a opção de verificar sua identidade por meio do site "Respondendo ao IBGE" ou pelo telefone 0800 721 8181.
Para realizar essa confirmação, é necessário fornecer o nome, matrícula ou CPF do entrevistador em questão. Essas medidas visam assegurar a transparência e a segurança do processo de coleta de dados conduzido pelo IBGE.
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