Após o surpreendente crescimento da economia no início de 2023, a Organização Internacional OCDE anunciou estimativa mais conservadora para 2024. Entenda os motivos
Mylena Lira Publicado em 19/12/2023, às 08h07
Após um período de crescimento surpreendente no início de 2023, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divergiu das projeções do Ministério da Fazenda e anunciou, nesta segunda-feira (18), uma estimativa mais conservadora para o crescimento da economia brasileira em 2024.
Segundo a OCDE, o país deverá apresentar uma expansão de 1,8%, número ligeiramente inferior à previsão da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, que aponta para uma expansão de 2,2%.
De acordo com a OCDE, composta por nações comprometidas com metas econômicas, sociais, ambientais e de desenvolvimento, a economia brasileira, após uma fase inicial de forte expansão em 2023, está agora "convergindo para o crescimento potencial".
A organização destaca que tanto a demanda doméstica quanto a global estão enfraquecidas, resultando em um crescimento mais moderado do consumo privado e dos investimentos em 2024.
A desaceleração da economia chinesa, principal compradora dos produtos brasileiros, é apontada pela OCDE como um fator que pode impactar negativamente as exportações do Brasil. No entanto, o relatório também projeta um aumento de 4% nas vendas para o exterior em 2024, compensando parcialmente a queda da demanda global.
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A OCDE destaca que a queda da inflação no Brasil cria espaço para novas reduções nas taxas de juros, estimulando investimentos. Entretanto, condições de crédito mais restritivas e a desaceleração da economia global contribuirão para um crescimento mais moderado em comparação com períodos anteriores.
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Jens Arnold, Chefe da Divisão de Estudos de Países da OCDE, participou da divulgação do documento no Ministério da Fazenda, elogiando a aprovação do novo arcabouço fiscal. Contudo, destacou o considerável desafio que o Brasil enfrentará para cumprir as metas fiscais estabelecidas, como o déficit primário zero em 2024.
Ele ressaltou a importância de implementar esse novo marco, enfatizando que, apesar das dificuldades, o novo arcabouço fiscal proporciona maior certeza aos agentes econômicos e aumenta a previsibilidade das contas públicas.
A OCDE apresentou suas projeções para a dívida pública brasileira, indicando um aumento que poderá atingir 90% do PIB em 2047. Para o ano de 2024, a instituição prevê que a dívida bruta do governo geral encerrará próximo a 80% do PIB, um aumento em relação aos 74,7% registrados em outubro.
A OCDE alerta que, sem a implementação do novo marco fiscal e da reforma tributária, a dívida pública do Brasil poderia atingir 100% do PIB em 2037, evidenciando a necessidade de medidas estratégicas para evitar esse cenário.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é uma entidade internacional composta por 38 países membros, que compartilham o compromisso de buscar políticas que promovam o bem-estar econômico e social.
Fundada em 1961, a OCDE realiza análises e oferece recomendações políticas em diversas áreas, incluindo:
Seu objetivo é auxiliar os países na busca por políticas mais eficientes e promover a cooperação internacional para enfrentar desafios globais. As projeções e análises econômicas da OCDE são amplamente consideradas referências importantes para entender o panorama econômico mundial.
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