Escassez serviria como catalisador para o surgimento de remédios falsificados. Anvisa identificou um lote irregular do medicamento Ozempic no Brasil
Pedro Miranda Publicado em 31/01/2024, às 20h01
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a crescente escassez global de medicamentos, especialmente em países de baixa e média renda, ressaltando que desde setembro de 2021, o número de insumos em falta em dois ou mais países aumentou alarmantes 101%.
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A entidade internacional destacou que essa escassez não apenas representa um desafio no acesso a tratamentos essenciais, mas também serve como catalisador para o surgimento de remédios falsificados ou de qualidade inferior. O risco associado a essa carência motiva muitas pessoas a buscar medicamentos por meios não oficiais, incluindo a compra pela internet, alertou a OMS em comunicado.
A nota da OMS enfatizou especificamente a escassez global, registrada em 2023, de produtos destinados ao tratamento do diabetes tipo 2, como o princípio ativo semaglutida, utilizado também para controle de apetite no medicamento Ozempic.
"A escassez tem um impacto negativo no acesso a produtos médicos e cria um vazio que é muitas vezes preenchido por versões falsificadas", afirmou a OMS, aconselhando os pacientes a adquirirem medicamentos apenas por meio de fornecedores autorizados e regulamentados, e a serem diligentes ao comprar de fontes secundárias.
A agência também destacou os perigos associados ao fornecimento de produtos médicos através de canais não autorizados, alertando que tal prática é considerada de alto risco, com consequências sérias.
No contexto desse alerta, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou, neste mês, um lote irregular do medicamento Ozempic no Brasil. A própria empresa detentora do registro, Novo Nordisk Farmacêutica do Brasil Ltda, notificou a agência sobre unidades com características divergentes do medicamento original no lote MP5A064.
A OMS enfatizou que medicamentos falsificados não possuem eficácia garantida, podendo causar reações tóxicas. Esses produtos não são aprovados nem controlados por autoridades competentes, podendo ter sido produzidos em condições não higiênicas por pessoal não qualificado, conter impurezas desconhecidas e estar contaminados com bactérias.
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