O Banco Central divulgou a evolução de meios digitais para realização de transações financeiras no Brasil, revelando que o pagamento via Pix tem crescido e o uso de dinheiro em papel caído
Mylena Lira Publicado em 31/05/2023, às 17h10
O Banco Central divulgou nesta quarta-feira (31) o Boxe 7 - Evolução de meios digitais para realização de transações de pagamento no Brasil, revelando que o uso de meios digitais para fins de transações financeiras no país tem crescido de forma acelerada na última década. Pagamentos via Pix superam cartões de crédito e boleto bancário no país.
Além das inovações tecnológicas, como o Pix, esse crescimento é atribuído a diversos fatores, incluindo o arcabouço legal e infralegal que impulsionou o desenvolvimento dos mercados de arranjos e instituições de pagamento. O processo de digitalização foi impulsionado pelos efeitos da pandemia da Covid-19 e das medidas de isolamento social adotadas.
De acordo com o estudo do Banco Central, é possível identificar três momentos distintos no uso de meios digitais para pagamentos no Brasil:
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O chefe do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro (Decem) do Banco Central, Angelo José Mont Alverne Duarte, destaca que essa revolução na forma de realização de pagamentos reflete o processo contínuo de digitalização da economia, que inclui o avanço do e-commerce como meio usual de compras, a adaptação dos modelos de negócios das instituições financeiras tradicionais e a intensificação das atividades das fintechs, bigtechs e outras empresas não financeiras no sistema financeiro.
O estudo também ressalta que, a partir de 2016, as instituições de pagamento (IPs) passaram a ser autorizadas a operar pelo Banco Central. No ano passado, mais de 73 IPs receberam autorização para atuação, e desde então, o crescimento do volume financeiro transacionado e da quantidade de transações tem se acelerado.
Outro dado relevante é o crescimento da utilização do telefone celular para a realização de transações financeiras. Entre 2016 e 2022, o percentual de uso desse canal saltou de 9% para 79%, enquanto as operações por canais presenciais caíram de 53% para 5%, e por Internet Banking, reduziram de 38% para 16%.
O desenvolvimento do ecossistema de pagamentos inovador, impulsionado pela evolução regulatória em prol da competição e da inclusão financeira, resultou na introdução do Pix. Os dados também evidenciam que o baixo custo e a facilidade de uso contribuíram para a rápida adoção do pagamento via Pix.
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Em relação ao ticket médio dos diferentes meios de pagamento, o estudo revela que o Pix e os cartões, especialmente os pré-pagos, são amplamente utilizados em transações de valor mais baixo, desempenhando um papel importante na inclusão financeira. Já as transferências interbancárias e intrabancárias são preferidas para transações corporativas de valores substancialmente mais altos.
No que diz respeito aos instrumentos de pagamento, o uso de boletos e cheques diminuiu entre 2010 e 2016, enquanto os cartões de débito apresentaram um crescimento moderado. A partir de 2017, houve um aumento mais acelerado no uso de cartões, possivelmente devido à entrada de instituições de pagamento que emitem cartões de crédito e pré-pagos.
Desde o final de 2020, o Pix tem crescido expressivamente, reduzindo a participação de outros meios de pagamento e transferência. Apesar disso, os cartões continuam em ascensão, especialmente os de débito e pré-pago, desempenhando um papel relevante na inclusão financeira, principalmente entre os jovens que estão ingressando no sistema financeiro. O uso de boletos estagnou e o cheque teve uma queda ainda mais acentuada.
O Banco Central ressalta que o Pix se tornou o instrumento com o maior número de transações anuais em apenas dois anos de operação, demonstrando seu papel importante no aumento significativo das transações no ecossistema de pagamentos e possibilitando a participação de pessoas que nunca haviam realizado transferências.
O Boxe do Relatório de Economia Bancária (REB) traz ainda mais dados sobre volume de transações, volume financeiro do mercado de cartões, saques em ATMs e agências bancárias, e valor transacionado por instrumento de pagamento.
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