Presidente do Banco Central avalia inflação no país; veja o que ele disse

Declaração sobre inflação foi feita nesta segunda (27) no painel Erosão da Ordem Pública Internacional e o Futuro, no Décimo Fórum Jurídico de Lisboa

Pedro Miranda* | redacao@jcconcursos.com.br   Publicado em 27/06/2022, às 16h24

Agência Brasil

Os brasileiros estão sentindo no bolso o aumento da inflação no Brasil. Nesta segunda-feira (27), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, avaliou o cenário inflacionário do país. A análise foi feita durante o painel Erosão da Ordem Pública Internacional e o Futuro, no Décimo Fórum Jurídico de Lisboa, na capital portuguesa.

Na perspectiva de Campos Neto, “o pior momento da inflação já passou”, e que, graças ao histórico de convívio que o Brasil teve com altos índices inflacionários, a autoridade monetária brasileira conseguiu “sair na frente”, adotando ferramentas capazes de frear o processo inflacionário. Durante o discurso, o presidente do BC lembrou que o Brasil “é um dos poucos países que no meio desse processo está tendo revisões para cima” do Produto Interno Bruto (PIB).

“Obviamente, em algum momento, tudo que estamos fazendo vai gerar alguma desaceleração no segundo semestre. Mas ainda assim o crescimento é bastante melhor do que se esperava no início do ciclo de ação”, disse Campos Neto.

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Governos estariam adotando medidas protecionistas que contaminam a inflação

Ele também observou que todos os países estão aumentando as taxas de juros e, enquanto alguns estão na metade do processo, e que o Brasil estaria muito perto de terminar todo o trabalho. "Vamos ver ainda alguns países subindo bastante os juros", acrescentou. O presidente do BC acredita que a inflação em vários países decorre de uma desconexão entre preços e investimento não se limitando ao petróleo, mas também aos alimentos.

“Os governos estão enfrentando o dilema de garantir segurança energética e alimentar para a população", disse ele. Nesse sentido, como resultado da guerra, muitos países estariam tomando medidas protecionistas que estão poluindo o restante da cadeia da inflação. “E o anseio de gerar segurança alimentar e energética dos governos está sendo feito de maneira descoordenada e gerando queda de investimento”, acrescentou.

Campos Neto disse que a falta de coordenação levou a uma queda no investimento em energia e alimentos. Ele destacou que é preciso compreensão para entender que não é o governo que produz alimentos e energia, mas o setor privado, e o governo tem que atender a base da sociedade, mas não pode se desviar das práticas de mercado, “porque, no final das contas, são os mercados que produzem alimentos e energia".

Estagiário sob supervisão do jornalista Jean Albuquerque

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