Produtores do RS afetados pela seca poderão receber linha de crédito emergencial do governo

Esta é a terceira safra consecutiva no Rio Grande do Sul assolada pela seca. As medidas devem ser anunciadas nesta quinta-feira (23)

Pedro Miranda   Publicado em 22/02/2023, às 17h52 - Atualizado às 18h38

Reuters

Para ajudar os agricultores do Rio Grande do Sul a lidar com a seca, o governo federal estuda a criação de uma linha de crédito emergencial. Uma fonte das negociações disse ao Estadão/Broadcast Agro que essa linha beneficiaria principalmente os pequenos agricultores e produtores familiares, que fazem parte do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar.

A linha de crédito emergencial do governo federal ainda não foi decidida, segundo grupos interministeriais que discutem soluções para a seca na região. O Tesouro tem uma restrição orçamentária que dificulta a criação de novos créditos, e o governo precisa estimar as perdas dos produtores nos municípios com maior perda de arrecadação para ter uma ideia do que precisa ser financiado.

Uma fonte destacou ao Estadão que “as medidas estão sendo estudadas. O governo entende que o crédito será o carro-chefe do pacote de apoio aos produtores, mas o presidente Lula irá bater o martelo sobre as ações”.

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Entidades do Rio Grande do Sul estimam crédito emergencial de R$ 50 mil por produtor

As entidades que representam pequenos produtores gaúchos propõem ao governo um crédito emergencial de até R$ 50 mil por produtor para compra de insumos para o plantio da safra de inverno e pagamento de dívidas da temporada atual. A ideia é que a linha tenha prazo de reembolso de até dez anos e bônus de adimplência de 30% para a reestruturação das propriedades.

As medidas devem ser anunciadas nesta quinta-feira (23), durante visita ministerial à cidade de Huelha Negra, no Rio Grande do Sul. O pacote também inclui uma cesta básica para agricultores assentados e um recurso de crédito fundiário do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para produtores rurais assentados. 

Esta é a terceira safra consecutiva no Rio Grande do Sul assolada pela estiagem, que reduziu a produção de milho verão em quase 50% e a produção de soja em mais de 30% no ciclo 2022/23. O estado de emergência foi declarado em 318 municípios do estado do Rio Grande do Sul, conforme os últimos dados do Defesa Civil do Rio Grande do Sul. Do total, 220 aprovados foram homologadas pelo governo estadual e 191 foram reconhecidos pela União.

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