Durante todo o ano de 2023, dos 162.935 profissionais que lecionaram na rede, a maioria, cerca de 82.685, eram temporários. Veja detalhes do levantamento
Pedro Miranda Publicado em 26/04/2024, às 16h03
Recentes dados divulgados pela ONG Todos pela Educação revelam uma tendência preocupante na rede estadual de ensino de São Paulo: um aumento significativo no número de professores temporários em comparação com os efetivos. Durante todo o ano de 2023, dos 162.935 profissionais que lecionaram na rede, a maioria, cerca de 82.685, eram temporários, enquanto apenas 69.980 eram efetivos.
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Esse cenário levanta questionamentos sobre a qualidade do ensino, uma vez que os professores temporários são geralmente contratados de forma simplificada, sem a mesma avaliação de competências exigida nos concursos públicos para efetivos.
Segundo especialistas, essa instabilidade na contratação e a ausência de um plano de carreira adequado não apenas prejudicam os professores, mas também comprometem o desenvolvimento educacional dos alunos.
De acordo com especialista em educação pública, a falta de um plano de carreira impacta diretamente na motivação e no desempenho dos professores. Ele destaca que a meta 18 do Plano Nacional de Educação estabelece que no máximo 10% dos professores devem ser contratados temporariamente, porém, muitos desses profissionais ficam à margem dos benefícios e garantias oferecidos aos efetivos.
A situação é ainda mais preocupante diante da expansão da carga horária devido ao ensino integral e às novas regras do ensino médio, que têm demandado mais profissionais temporários. Além disso, a pandemia também contribuiu para a diminuição do número de efetivos, pois a interrupção dos concursos públicos impossibilitou a entrada de novos profissionais.
Um levantamento realizado pelo SP2 mostra que, desde o início do ano letivo, o estado contratou cerca de 33 mil professores de forma emergencial, após o início das aulas. Em dezembro de 2023, quase 10 mil professores foram demitidos, porém, 62% deles foram recontratados em fevereiro, evidenciando a falta de estabilidade na contratação.
Em resposta às preocupações levantadas, a Secretaria Estadual da Educação afirmou que todos os professores da rede estadual possuem competências e habilidades para lecionar, garantindo a qualidade do ensino oferecido. Além disso, a atual gestão anunciou a contratação de 15 mil professores efetivos, para reduzir o índice de profissionais temporários na rede.
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