Quase metade dos brasileiros acreditam na ameaça comunista, aponta pesquisa

Além de perguntar sobre uma possível ameaça comunista, a pesquisa Ipec mostrou que a aprovação do novo governo Lula é positiva

Victor Meira   Publicado em 20/03/2023, às 14h53

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As eleições presidenciais acabaram no final de outubro com a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas ainda há brasileiros que estão sendo influenciados pelo clima político. Uma pesquisa divulgada pelo Ipec, no último domingo (19), aponta que quase metade da população acredita que o Brasil pode se tornar um país comunista

Segundo a Ipec, 44% dos brasileiros acreditam que o Brasil corre o risco de virar comunista e 48% discordam dessa afirmação. 2% nem discordam, nem concordam e 6% afirmaram que não sabe ou não respondeu. 

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As regiões com a maior quantidade de votos para o candidato do então presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições possuem os percentuais de pessoas que acreditam que o Brasil pode se tornar um país comunista: Sudeste (48%), Norte e Centro-Oeste (47%).

Outro grupo social que aderiu majoritariamente ao bolsonarismo que acredita na ameaça comunista é a porção dos evangélicos. De acordo com o Ipec, 57% deles entendem que o país pode virar comunista. Para efeito de comparação com outro grupo religioso, “somente” 39% dos católicos acreditam que o Brasil terá esse modelo socio-político. 

Curiosamente, há uma relação inversa sobre a percepção do respeito internacional do Brasil. Para 47% dos brasileiros, o respeito ao país voltou com a eleição de Lula contra 44% que discordam dessa afirmação. 

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Pesquisa também mostra a avaliação do governo Lula

A pesquisa ainda perguntou  a opinião sobre a gestão do novo governo Lula. 41% dos brasileiros entendem que a administração de Lula é boa ou ótima. 24% acham que ela é ruim ou péssima. Enquanto 30% consideram o início do mandato como regular.

Dessa forma, o começo do terceiro mandato de Lula tem uma avaliação superior à do ex-presidente Jair Bolsonaro - cujo índice de brasileiros que avaliavam o governo como bom ou ótimo foi de 34% em março de 2019.

A avaliação de Lula em 2023 também é melhor que a de Dilma Rousseff no início do seu segundo mandato, em 2015 (12%). Mas ela está abaixo do primeiro mandato de Dilma (56%) e também dos seus dois governos anteriores, em 2003 e em 2007 - 51% e 49%, respectivamente.

A pesquisa foi conduzida de 2 a 6 de março de 2023, com 2 mil participantes em 128 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

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