Segundo dados do Salariômetro da Fipe reajuste salarial em negociações coletivas no mês de maio superam em 90% a inflação acumulada nos últimos 12 meses
Jean Albuquerque Publicado em 28/06/2023, às 10h11
O reajuste salarial conquistado pelos trabalhadores em negociações coletivas no mês de maio superam em 90% a inflação acumulada nos últimos 12 meses, é o que revela os dados do Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Esta foi a maior proporção de aumentos salariais acima da inflação desde o início da série histórica do Salariômetro em 2012. Apenas em janeiro de 2018, foi observado um patamar similar, com 91% dos aumentos superando a inflação medida pelo INPC.
Em média, os aumentos de maio foram 1,5 ponto percentual acima do INPC. Segundo dados da Fipe, a média dos reajustes no mês passado foi de 5,3%, enquanto a inflação acumulada nos 12 meses anteriores foi de 3,8%. Esse foi o maior ganho real em um mês até o momento em 2023.
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Esses resultados representam uma melhora significativa em relação a abril. No mês anterior, apenas 61% das negociações resultaram em reajustes acima da inflação, uma diferença de mais de 30 pontos percentuais em comparação a maio (91,9%).
Apenas 1,4% dos reajustes realizados em maio ficaram abaixo da inflação, enquanto outros 6,7% foram equivalentes ao INPC, de acordo com a Fipe.
O valor mediano do piso salarial em maio foi de R$ 1.630, o qual está acima da média dos últimos 12 meses, que foi de R$ 1.508. No entanto, em 2023, o valor mediano é ligeiramente menor, situando-se em R$ 1.470.
Os dados de 2023 também demonstram uma melhora significativa em comparação ao ano anterior. Nos primeiros cinco meses deste ano, 74,7% dos reajustes negociados resultaram em aumentos salariais acima da inflação. No mesmo período de 2022, essa proporção foi consideravelmente menor, atingindo apenas 19,5%.
A quantidade de aumentos salariais abaixo da inflação diminuiu cerca de 40 pontos percentuais. De janeiro a maio de 2022, a maioria dos reajustes - 45,1% - ficaram aquém do INPC. Em 2023, essa porcentagem reduziu para 6,3% dos acordos e convenções coletivas.
Também houve uma diminuição nas negociações para reajustes iguais ao INPC. Nos primeiros cinco meses do ano passado, cerca de 35,4% dos acordos representavam aumentos equivalentes à inflação. No mesmo período de 2023, essa parcela caiu para 18,9%.
A perspectiva é que a proporção de aumentos acima do INPC diminua ainda mais. A Fipe explica que, devido à expectativa de aceleração da inflação no segundo semestre, a proporção de reajustes acima do INPC deverá diminuir. Para o mês de junho, estima-se que 81,4% das negociações salariais estabeleçam aumentos reais, ou seja, acima da inflação.
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