Primeiros seguranças privados, recrutados por iniciativa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, iniciam vigilância nas escolas estaduais
Jean Albuquerque Publicado em 25/10/2023, às 18h42
Após mais um ataque a uma escola no bairro de Sapopemba, na zona leste da capital, resultou na morte de uma adolescente nesta semana, os primeiros 774 seguranças privados que irão fazer a vigilância nas unidades de ensino do Estado de São Paulo começaram a atuar.
Em abril, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou a contratação de mil vigilantes como uma das medidas preventivas em resposta ao trágico incidente ocorrido na Escola Estadual Thomazia Montoro, na zona oeste de São Paulo. Esse ataque resultou na perda de uma professora e deixou quatro pessoas feridas.
Dos mil vigilantes contratados, 242 deles iniciarão suas funções até a próxima sexta-feira (27), com a responsabilidade de prestar serviços de segurança em escolas da capital e na região metropolitana. É importante notar que São Paulo abriga um total de 5,3 mil escolas estaduais.
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Esses vigilantes atuarão desarmados, e a alocação deles nas escolas seguiu critérios estabelecidos pelas 91 diretorias regionais de ensino. Esses critérios incluíram a vulnerabilidade da comunidade e o ambiente de convivência nas escolas.
O projeto envolveu um investimento considerável, totalizando R$ 70 milhões, de acordo com informações fornecidas pelo governo. Na região administrativa do ABC, essa equipe de profissionais começou suas atividades na segunda-feira (23). A licitação para a contratação dos outros 226 vigilantes está em andamento.
A Secretaria de Educação estabeleceu critérios rigorosos, exigindo que as empresas vencedoras da licitação contratassem tanto homens quanto mulheres com formação profissionalizante na área de segurança, além de verificar os antecedentes criminais de todos os profissionais contratados.
No decorrer deste ano, o governo de São Paulo empreendeu a contratação de 550 psicólogos para atuar nas escolas. O governador, esta semana, anunciou sua intenção de realizar um aditivo a esse contrato com o objetivo de aumentar o número de profissionais disponíveis para atender às necessidades das instituições de ensino.
Em face do recente atentado, o governador expressou seu compromisso em reavaliar as ações até o momento implementadas. Ele enfatizou à Agência Brasil, a importância de garantir que eventos como esse não se repitam, destacando que as escolas devem ser ambientes seguros e promotores da convivência harmônica.
Além disso, ressaltou a necessidade de desenvolver nas crianças e jovens a capacidade de enfrentar os desafios cotidianos, bem como de combater o bullying e a homofobia.
Especialistas, que foram entrevistados pela Agência Brasil propõem implementar políticas de convivência escolar como parte integrante dos esforços para promover uma cultura de paz.
A pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Cléo Garcia, destaca não haver soluções imediatas para o problema e ressalta a importância de abordar questões como discursos de ódio e bullying.
A especialista enfatiza a necessidade de incluir o debate sobre bullying no currículo escolar de forma contínua, em vez de abordá-lo apenas uma vez por ano. Ela argumenta que os alunos devem ser incentivados a desenvolver uma perspectiva crítica em relação à diversidade, discursos de ódio e racismo, tornando essa discussão parte integral de suas vidas diárias.
O professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Daniel Cara, também destaca a gestão democrática das escolas como uma ferramenta fundamental para reduzir a violência.
Ele ainda salienta que a capacidade de evitar conflitos na escola e resolver pacificamente os desentendimentos é uma habilidade inerente à natureza humana e é essencial para criar um ambiente escolar saudável.
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