PSA Mar Sem Lixo: profissionais do litoral de São Paulo têm a oportunidade de contribuir para a limpeza do mar e, ao mesmo tempo, receber uma remuneração. Conheça o projeto
Mylena Lira Publicado em 09/11/2023, às 23h26
Pescadores artesanais do litoral de São Paulo têm a oportunidade de contribuir para a limpeza do mar e, ao mesmo tempo, receber uma remuneração de até R$600. O projeto PSA Mar Sem Lixo, que já incentivava a coleta de resíduos marinhos, foi expandido e agora inclui pescadores de camarão em mais três municípios: São Sebastião, Bertioga e Guarujá.
O projeto, idealizado pela Fundação Florestal em parceria com as prefeituras locais, tem como objetivo principal a conscientização e prevenção do descarte inadequado de lixo no oceano. A iniciativa visa não só proteger o ambiente marinho, mas também melhorar a renda dos pescadores que se engajam na coleta de resíduos.
A adesão dos pescadores é voluntária e feita por meio de um cadastramento aberto recentemente e que estará disponível até o dia 15 deste mês. Os interessados podem se inscrever nas sedes das Áreas de Proteção Ambiental Marinha dos Litorais Norte, Centro e Sul, assim como nas prefeituras participantes e nos Pontos de Recebimento de Resíduos do Mar (PRRM).
Os pescadores voluntários do projeto no litoral de São Paulo são remunerados de acordo com a quantidade de resíduos entregue. Após a coleta e separação do lixo nas redes de pesca, os resíduos são armazenados em recipientes apropriados e trazidos para o continente.
Posteriormente, passam por avaliação visual, limpeza e pesagem. Ao final de cada mês, o valor correspondente ao peso coletado é convertido em reais, com um limite de até R$600 por profissional, creditado individualmente no cartão alimentação cadastrado.
A iniciativa já alcançou resultados significativos, com cerca de 3 toneladas de lixo retiradas do mar, sendo 90% desse montante composto por materiais plásticos. Pescadores como Alexandre dos Anjos, que atua em Itanhaém há 36 anos, ressaltam a importância da iniciativa: "Contribuímos com a natureza, limpando o nosso ambiente de trabalho, e recebemos por isso, melhorando a nossa renda."
Thiago Rodrigues Cruz de Matos, também pescador, expressa sua satisfação com a oportunidade de proteger o meio ambiente e receber uma contribuição financeira por esse ato. "Além de ser gratificante demais, o extra ajuda muito nas nossas despesas", comenta.
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Os efeitos negativos do lixo marinho são documentados em mais de 1.400 espécies. A ingestão de plásticos por animais marinhos, como aves e tartarugas, é uma realidade preocupante.
Além disso, a presença de microplásticos também afeta os seres humanos, que inadvertidamente ingerem esses resíduos ao consumirem frutos do mar. Estima-se que 12 milhões de toneladas de lixo são lançadas no mar anualmente em todo o mundo.
Para participar do programa, os pescadores devem cumprir critérios específicos, como:
Documentação para Cadastro:
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A conservação marinha é uma prioridade para a Fundação Florestal, responsável por gerir as três Áreas de Proteção Ambiental Marinhas do litoral paulista. A expansão do projeto para envolver pescadores de camarão em novos municípios é um passo significativo para a preservação do ecossistema marinho.
Por meio dessa iniciativa, pescadores têm a oportunidade não apenas de melhorar o ambiente de trabalho, mas também de contribuir ativamente para a preservação dos oceanos, recebendo uma compensação financeira justa pelo seu esforço.
Essa ação não só impacta positivamente o meio ambiente, mas também serve como exemplo para futuras políticas públicas de preservação marinha. É uma oportunidade de envolver a comunidade na proteção e conservação do oceano, combatendo ativamente a poluição marinha.
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