Sobrecarga de trabalho foi identificada como principal barreira para não conseguir tirar férias. A semana de quatro dias é dos benefícios mais desejados pelos trabalhadores
Pedro Miranda Publicado em 14/12/2023, às 13h15 - Atualizado às 13h25
Uma recente pesquisa da plataforma de conhecimento sobre gestão de pessoas, Think Work, apontou que a esmagadora maioria dos trabalhadores brasileiros (90%) considera que seus empregos geram algum nível de estresse. Os dados da pesquisa "Saúde Mental no Trabalho 2023" também revelam que 63% dos entrevistados enfrentaram crises emocionais nos últimos seis meses.
O estudo destacou ainda que 41% dos participantes não conseguiram usufruir completamente de suas férias. Entre aqueles que conseguiram tirar férias e desconectar do trabalho, 41% relatam sentir-se bem na maioria dos dias, enquanto 36% continuam recebendo demandas do trabalho mesmo durante o período de descanso.
A sobrecarga de trabalho foi identificada como o principal motivo para 30% dos trabalhadores brasileiros não tirarem férias, e 30% afirmaram que a quantidade de trabalho piorou.
A fundadora e CEO da Think Work, Tatiana Sendin, destacou ao Valor Econômico que a incapacidade de se desconectar do trabalho, aliada à sobrecarga e à baixa remuneração, contribui para o aumento de questões relacionadas à saúde mental.
"Quem usufrui dos dias de descanso se sente melhor mais vezes do que aqueles que trabalham ininterruptamente ou com pausas menores", afirma Sendin. Além disso, ela destaca que o medo de demissão, especialmente após grandes cortes em empresas de tecnologia, adiciona uma camada adicional de estresse, levando as pessoas a se sentirem desvalorizadas.
A pesquisa também revelou que, embora muitas empresas ofereçam programas de saúde mental, a maioria dos respondentes não os conhece ou os considera insuficientes. Sendin enfatiza a importância de as organizações não apenas oferecerem programas, mas também abordarem questões de saúde mental de forma proativa, evitando a sobrecarga de trabalho, distribuindo tarefas de maneira equitativa e promovendo pausas regulares.
"A semana de 4 dias, por exemplo, é um dos benefícios mais desejados pelos respondentes — e pesquisas em outros países mostram que esse modelo tem impacto positivo na saúde mental e na produtividade", conclui Sendin.
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