As taxas de juros do cartão de crédito continua sendo motivo de preocupação para os consumidores. Confira o que não fazer com a sua fatura para evitar endividamento
Mylena Lira Publicado em 27/07/2023, às 18h15 - Atualizado às 18h16
As taxas de juros do cartão de crédito continua sendo motivo de preocupação para os consumidores, apesar de uma pequena redução de 1,8 ponto percentual no mês de junho. Segundo a publicação Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgada pelo Banco Central (BC), as taxas de juros têm demonstrado comportamentos oscilantes e preocupantes para o endividamento das famílias.
Em um período de 12 meses, as taxas do cartão de crédito para pessoa física acumulam um crescimento alarmante de 25,5 pontos percentuais, alcançando 104,2% ao ano. No crédito rotativo, modalidade que ocorre quando o consumidor paga menos que o valor integral da fatura do cartão, houve uma queda de 16,7 pontos percentuais de maio para junho, porém, aumentou alarmantes 66,9 pontos percentuais em 12 meses, atingindo exorbitantes 437,3% ao ano.
O parcelamento da dívida após os 30 dias do crédito rotativo também tem mostrado tendência de alta, com um aumento de 1,9 ponto percentual no mês e 22,9 pontos percentuais em 12 meses, totalizando 196,1% ao ano. Já os juros do cheque especial apresentaram uma alta de 2,9 pontos percentuais no mês e 4,4 pontos percentuais em 12 meses, alcançando 133,6% ao ano.
Já os juros do cheque especial apresentaram uma alta de 2,9 pontos percentuais no mês e 4,4 pontos percentuais em 12 meses, alcançando 133,6% ao ano. Enquanto a taxa do crédito consignado teve um pequeno aumento de 0,1 ponto percentual no mês e de 1,2 ponto percentual em 12 meses, atingindo 25,9% ao ano, no caso do crédito pessoal não consignado, os juros caíram 0,3 ponto percentual em junho, mas ainda registraram crescimento de 3,8 pontos percentuais em 12 meses, chegando a 91,2% ao ano.
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A inadimplência, considerando atrasos acima de 90 dias, tem se mantido relativamente estável, registrando 3,6% em junho. Para operações com pessoas físicas, esse índice está em 4,2%, enquanto para pessoas jurídicas, em 2,5%.
Quanto ao endividamento das famílias, é importante destacar que houve um crescimento de 0,2% em maio, mas uma queda de 1% em 12 meses, totalizando 48,8% em relação à renda acumulada no período de um ano. Ao excluir o financiamento imobiliário, que representa uma parte significativa da renda, o endividamento cai para 31% no mesmo período.
Diante do atual cenário econômico, é importante destacar que a taxa básica de juros, a Selic, está em seu maior nível desde janeiro de 2017, em 13,75% ao ano. Apesar da expectativa de redução da Selic, os juros bancários médios continuam altos, resultando em um crédito mais caro para a população.
Especialistas alertam que é essencial usar o cartão de crédito com consciência para evitar pagar juros ainda mais altos do que os aplicados nessa modalidade. Por isso, é fundamental que os consumidores evitem o pagamento mínimo da fatura, já que o crédito rotativo possui juros exorbitantes. Optar por parcelamentos com juros mais baixos também é uma alternativa para evitar endividamentos desnecessários.
O cenário econômico atual, com a manutenção dos juros em patamares elevados e a desaceleração da economia, tem levado a uma redução do crédito bancário, especialmente para as famílias. No mês passado, as concessões de crédito caíram 2,1% para as pessoas físicas, mas houve um incremento de 9,1% para as empresas.
O estoque total de empréstimos concedidos pelos bancos do Sistema Financeiro Nacional (SFN) apresentou variação positiva de 0,1% em relação a maio, com crescimento de 8,9% em 12 meses. No entanto, é importante notar que houve uma desaceleração desse crescimento em comparação ao período anterior.
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