Ainda não há uma definição sobre o assunto, mas o horário de verão em 2023 pode se tornar uma realidade com as mudanças de governo e de ministérios
Jean Albuquerque Publicado em 15/01/2023, às 10h07
Ainda não há uma definição sobre o retorno do horário de verão em 2023, mas a medida pode ser uma das pautas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principalmente após a troca de governo e de ministérios.
Um outro aceno para que a volta trata-se do pedido de várias entidades ligadas ao setor de turismo, hotelaria e gastronomia, que foi feito por meio de dois ofícios aos ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente.
O presidente Lula usou o Twitter logo após ter vencido as eleições de 2022 para fazer uma enquete sobre a volta do horário de verão. A maioria dos internautas escolheram sim, que contou com mais de 66,2% dos 2,3 milhões de votos.
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O horário de verão foi extinto em 2019 por decreto de Bolsonaro. Ele tem por objetivo gerar economia no consumo de energia elétrica, que em anos anteriores, chegou a ser de 4% a 5%, em relação ao horário de pico.
Historicamente, o horário de verão foi instituído no país pela primeira vez em 1931, momento em que o Brasil era governado por Getúlio Vargas. Ao passar dos anos, essa medida foi repetida.
Mas só em 2008, um decreto fez com que o novo horário se tornasse permanente, sendo aplicado no terceiro domingo de outubro até o terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte.
O presidente da Feturismo do estado do Paraná e diretor da CNTur, Fábio Aguayo, protocolou na última quarta-feira (11), pedidos para o retorno da medida, que foram enviados aos ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e do Meio Ambiente, Marina Silva.
A Feturismo defende que a retomada do horário de verão irá permitir aliar o consumo econômico da energia elétrica nos meses de pico com a conscientização do uso de recursos nacionais. Para a entidade, será possível combater o negacionismo das mudanças climáticas e o aquecimento global.
Uma das vantagens trata-se da economia de energia. Segundo a coordenadora de energia no Climate Policy Initiative (CPI) e professora da PUC-RJ, Amanda Schutze, ouvida pela BBC News Brasil.
Pra ela, é possível perceber uma pequena redução com o horário de verão, mas a mudança não provoca redução desse consumo como no passado, já que ocorreu uma mudança no padrão de consumo.
Outro ponto que pode ser considerado uma vantagem é o aumento das vendas no varejo e nos bares. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), também ouvida pela BBC, o faturamento chega a dobrar entre 18h e 20h, já que o dia esticado aumenta a clientela.
Já em relação às desvantagens, a publicação aponta a dificuldade de adaptação, com a justificativa de que o horário de verão mexe com o relógio biológico. Outro ponto são as mudanças no ciclo agropecuário, porque o gado bovino é sensível à mudança de horário das fazendas, o que pode afetar a produção leiteira.
Também é visto como uma dificuldade os diferentes horários do país, já que existe o de Brasília, que é aplicado nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, além dos estados do Pará, Amapá, Tocantins, Goiás e o Distrito Federal.
Além dos de Fernando de Noronha (uma hora à frente de Brasília); o do Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (uma hora atrás de Brasília); e o do Acre e oeste do Amazonas (duas horas atrás de Brasília).
*Com informações da BBC News Brasil
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