Álcool líquido vai passar a ter venda proibida no Brasil por representar alto risco; Decisão da Anvisa foi tomada após análise de especialistas
Jean Albuquerque Publicado em 07/04/2024, às 07h00
Desde 2002, a venda de álcool líquido 70% era proibida no Brasil por representar alto risco de acidentes, incluindo queimaduras graves e intoxicações. A medida visava proteger a população, principalmente crianças, de um perigo muitas vezes invisível.
Em 2020, com a chegada da Covid-19, o álcool líquido voltou às prateleiras como ferramenta essencial no combate ao vírus. A higienização frequente das mãos era crucial para conter a transmissão, e o álcool 70% se tornou um item de primeira necessidade.
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A partir de 29 de abril de 2024, a venda de álcool líquido 70% volta a ser proibida no Brasil. A decisão da Anvisa, tomada após análise de especialistas e dados de segurança, marca o fim de uma trégua que durou quatro anos.
O Ministério da Saúde registra cerca de 150 mil internações por ano por queimaduras, e muitas delas estão relacionadas ao uso de álcool em churrasqueiras e fogueiras. A Anvisa, em conjunto com a sociedade civil, alerta para os perigos do álcool líquido em tais situações.
O álcool líquido se espalha com facilidade e queima rapidamente, aumentando a severidade das queimaduras. Em contraste, o álcool em gel, por sua viscosidade, não se propaga com a mesma rapidez, reduzindo o risco de acidentes graves.
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A decisão de remover o álcool líquido das prateleiras dos supermercados gerou críticas por parte da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A entidade está solicitando à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) uma revisão da medida, argumentando que “os consumidores já estão habituados a adquirir o produto não apenas em farmácias, mas também nos supermercados em todo o Brasil”, informou à Agência Brasil.
De acordo com a Abras, “a proibição da venda privará os consumidores do acesso a um produto com ótima relação custo-benefício, comprovadamente eficaz na manutenção da saúde, na desinfecção de ambientes e na prevenção de doenças, incluindo a covid-19".
Em comunicado, o vice-presidente da entidade, Marcio Milan, defende que “os consumidores se adaptaram e adotaram a prática comum de comprar álcool líquido 70% para a higienização de ambientes em casa e no trabalho, devido a uma campanha bem-sucedida de orientação e esclarecimento realizada pelo setor supermercadista, resultando em um comportamento sensato e seguro no uso desses sanitizantes, sem relatos de incidentes desde a liberação da venda pela Agência em 2022”, disse à agência.
A Abras também destaca que, desde a autorização da Anvisa em 2022, mais de 64 milhões de unidades de álcool líquido 70% foram comercializadas pelos supermercados. “O setor tem observado que os consumidores continuam preferindo o álcool 70% na forma líquida por não deixar resíduos em móveis e objetos”.
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