Devido aos gastos realizados para combater o coronavírus, Maia entende que as reformas devem amenizar as perdas econômicas durante o período
Redação Publicado em 07/05/2020, às 16h20
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reafirmou que as reformas voltarão à agenda do Parlamento após as medidas emergenciais de combate à pandemia do coronavírus (covid-19). Maia quer retomar as discussões das reformas administrativa e tributária no segundo semestre.
Nesta quinta-feira (07), ele participou de uma videoconferência promovida por um banco e defendeu que essas reformas sejam mais amplas do que estavam sendo propostas no período pré-pandemia. O objetivo é compensar o aumento da relação dívida/PIB no País.
“Temos de discutir uma repactuação da estrutura dos gastos. A reforma administrativa do governo, que era para os novos servidores, por exemplo, terá de ser pensada de outra forma. A reforma de bens e serviços, temos de olhar. Mas a administrativa, no segundo semestre, vai ter que ser em outro patamar”, disse.
“Esse tema do servidor publico vai ter que vir de forma mais transparente”, salientou o presidente.
Rodrigo Maia afirmou que há espaço político na Câmara para retomar as discussões. Segundo ele, a proposta inicial do governo de reforma administrativa, que não foi encaminhada ao Congresso e que valeria apenas para os novos servidores, é tímida para o momento pós-crise. O parlamentar também informou que a reforma administrativa específica da Câmara pode ser votada a partir de agosto.
Maia também avaliou que é preciso cuidado para que, na votação da reforma tributária, não sejam concedidos benefícios permanentes para setores atingidas pela crise.
“O salário do [funcionalismo] no governo federal é o dobro dos seus equivalente no setor privado. O Estado, em vez de investir e distribuir, concentra; é preciso reorganizar essas despesas”, comentou. “Temos muito apoio para a reforma tributária e vamos avaliar como introduzir a reforma de bens e serviços para que a reforma não beneficie setores que foram mais atingidos. Não se pode usar a crise para garantir benefícios permanentes”, destacou.
*reprodução Agência Câmara