Programas de trainee fora do país agregam experiência prática e vivência cultural ao currículo de jovens profissionais.
Redação Publicado em 11/11/2010, às 11h06
“Viver nas montanhas do Colorado, em um lugar único, totalmente diferente de paisagens brasileiras, vendo ursos, alces, foi incrível. E em um lugar em que praticamente eu era a única brasileira me fez pensar e valorizar muito tudo o que tenho no Brasil”. Some-se à experiência de vida que Jamila Tanaka teve no período em que morou nos Estados Unidos, ao inglês fluente e o cargo de supervisora na área de consultoria de intercâmbio que conquistou. Esses são os ganhos que realizar um programa de trainee no exterior pode agregar ao currículo de um jovem em início de carreira.
Em abril de 2009 a profissional formada em turismo participou durante um ano de um programa de trainee em um hotel no Colorado. Jamila reflete exatamente o perfil de pessoas que procuram esse tipo de programa, segundo a gerente comercial da Experimento Intercâmbio Cultural, Emília Miguel: recém-formados e estudantes que desejam participar de intercâmbio com foco na carreira no exterior.
Como pontos positivos, Emília aponta: “o desenvolvimento profissional dentro da área específica, os novos relacionamentos que auxiliarão no seu processo de crescimento enquanto cidadão e profissional e a oportunidade de adquirir maior fluência no idioma inglês devido à prática de leitura, escrita e conversação no ambiente de trabalho.”
Jamila revela que os ganhos que teve foram enormes, mas o início fora do país foi difícil. “Era bastante complicado atender telefonemas ou tentar entender reclamações de clientes”, relembra. A saudade da comida brasileira e o jeito de ser dos norte-americanos - que ela considerava antipáticos, no começo - contribuíram com a dificuldade no processo de adaptação. Por essas razões ela aconselha que, para participar desse programa, é necessário ter flexibilidade e facilidade em se adaptar a diferentes situações, “pois sempre haverá trocas de experiência, culturas, etc. É a essência do intercâmbio”.
A gerente de produto da Central de Intercâmbio (CI), Fabiana Fernandes, recomenda que pessoas com problemas de saúde não participem de programas no exterior, pois os seguros internacionais cobram somente emergências e não doenças pré-existentes.
Fora toda a bagagem cultural, intelectual e profissional que se traz desse tipo de viagem, ainda dá tempo de conhecer diversos pontos turísticos. Jamila salienta que essas iniciativas não são “para fazer dinheiro. Mas me sustentei durante todo esse período, viajei bastante, comprei um carro por lá, tinha uma vida tranquila”, conta, avaliando como positiva a experiência.
Escolha - Para você que já deseja começar a fazer as malas e viver esse tipo de aventura, algumas instituições brasileiras intermedeiam a busca por atividades fora do país. A Experimento Cultural, por exemplo, oferece opções de programa de trainee, com duração de três a 18 meses, nas áreas de hospitalidade, gastronomia, turismo, administração, negócios, comercial e finanças, marketing, comunicação e mídias de informação.
Já a Central de Intercâmbio conta com cursos de extensão em universidades da Califórnia – que abrangem uma especialização e estágio não remunerado durante o curso e, terminado o programa, o aluno tem autorização do governo americano para trabalhar durante um ano em sua área - e no Canadá (nesse país o aluno tem direito a trabalhar 20 horas semanais durante o período de aula e pode estagiar a qualquer momento).
Luana Almeida/SP
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