Ingressar no famoso master business administration no momento certo da carreira faz toda a diferença.
Redação Publicado em 09/11/2010, às 14h36
Cursar MBA para muitos se tornou sinônimo de conquistar aquela promoção no trabalho ou agregar mais alguns dígitos ao salário... mas ao contrário do que o senso comum pensa, se a iniciativa de ingressar nesse tipo de programa não for tomada no momento correto da carreira, todo esforço e dinheiro aplicados podem ser em vão.
Uma forma de testar se a sua hora chegou pode ser participar de pós-graduações que funcionem, na prática, como preparatórios para um MBA. Na experiência do coordenador de programas executivos do Ibmec do Rio de Janeiro (RJ), Eduardo Pitombo, quem passa por essas iniciativas “amadurece, cria visão diferente, mais ampla”. Para ele, a experiência funciona como “uma abertura de horizontes, uma forma de aculturação ao mercado”, já que esses cursos - como o CBA, ministrado nessa instituição - têm caráter formacional e meta de desenvolver nos alunos habilidades gerenciais, analíticas e conceituais. “Teve até um CBA que abriu seu próprio negócio”, conta, acrescentando que só na escola, de 2007 a 2009, houve aumento de 150% na procura por essa pós.
A consultora de carreiras Cláudia Carraro endossa a ideia de que realizar um preparatório antes de ingressar no MBA pode ser uma boa pedida: “Antes de tomar a decisão deve-se passar por algumas etapas, que o fará escolher com mais maturidade e segurança. Acostumar-se com o local, estudar para os exames, fazer amigos, enfim, preparar-se para quando chegar o momento faz o curso ser aproveitado da melhor maneira possível. Um programa feito com planejamento traz muito mais resultado”, avalia.
“Grife MBA”
É devido a esse rótulo que Pitombo acredita estar ocorrendo uma verdadeira corrida para se matricular em um MBA por jovens profissionais, que associam ter esse curso no currículo como sinônimo de aumento da empregabilidade, certeza de promoção no trabalho e aumento de salário.
Carraro avalia que essa procura desenfreada por MBA se deve à insegurança que os jovens estão sentindo ao sair da faculdade. “Eles acham que estão sem preparação suficiente para ingressar no mundo do trabalho. Como o mercado está cada vez mais competitivo, os jovens estão procurando especializar-se cada vez mais cedo”, pondera, advertindo, que a especialização terá mais resultado se vier acompanhada da experiência prática.
Isso porque a grande contribuição que os cursos de MBA trazem aos participantes é a troca de informações entre profissionais que ocupem cargo de gerência e tenham função de liderança há anos - eles geralmente têm de 35 a 40 anos de idade. “Mas a questão não é idade, mas bagagem”, ressalta Pitombo. “Por exemplo, um profissional de 27 anos, que aos 22 foi para uma multinacional, trabalhou dois anos, abriu seu próprio negócio”, esse sim, mesmo com a pouca idade, tem perfil para encarar um MBA, na visão do coordenador de programas executivos.
Pitombo pontua que a convivência entre um gerente com 15 anos de mercado e outro com três anos num curso de MBA faz com que a troca de experiências entre eles seja muito baixa. “Para esses profissionais mais jovens, o ideal seria um curso mais formacional, ferramental. Aluno pode ser brilhante, mas não é momento dele. Acaba derrubando a qualidade do MBA”, alerta.
Fora do país
Para os que desejam cursar MBA no exterior dá para se preparar aqui mesmo no Brasil. O gerente de produtos da Education First (EF), Frederico Daher, avalia que ingressar nesses programas fora do país não é tão simples quanto parece. “As melhores instituições exigem vários pré-requisitos. O próprio nível de inglês da maioria dos interessados é bom, porém não suficiente para ser aceito nos melhores do mercado. A formação cultural diferente também faz diferença e é preciso entendê-las para aproveitar o MBA”, garante.
A EF oferece o Pré-Masters/MBA – que prepara para mestrado no Reino Unido, Canadá, Austrália e Estados Unidos. Por meio do curso é possível desenvolver habilidades linguísticas e requisitos acadêmicos exigidos pelas instituições desejadas.
Os estudantes contarão com um tutor que os ajudarão com seus planos de estudos, preparação para entrevistas, redações e o preenchimento de todos os formulários necessários para as inscrições nas universidades; podem escolher módulos de especialização voltados para o MBA que desejam cursar, como publicidade, e-commerce, hotelaria e turismo, administração, mídia, negócios internacionais, entre outros; e, os que desejarem cursar MBA no Reino Unido ou Austrália, ainda poderão estagiar nesses países.
De acordo com Daher, para participar dos preparatórios gasta-se em média 14 mil dólares (por um período de seis meses) - incluindo o curso, o serviço de colocação em universidade, um exame de proficiência, certificado, acesso à internet, teste de fluência, acomodação em casa de família e alimentação (café da manhã e jantar). Também é preciso ter graduação concluída (e preferencialmente contar com experiência profissional mínima com carta de referência da universidade em que estudou ou do empregador).
Ele complementa que as pessoas que procuram por esse tipo de programa têm de 25 a 30 anos e almejam cargos gerenciais rapidamente. São “jovens empregados e em busca de mudança de área. Os que simplesmente desejam se qualificar para cargo superior na mesma empresa também procuram bastante”.
“O que tem observado nas pessoas que passam pelo pré-MBA?”, questiono. “É notória a diferença na maturidade pessoal e profissional dos alunos que saem. Eles se sentem muito mais realistas, seguros, determinados e com muito mais foco”, assegura. E aconselha aos que querem aproveitar ao máximo a experiência do MBA: “o caminho da preparação é um programa de pré-MBA”. Como recompensa, ao fim do curso, o futuro desejado: após completar com sucesso o programa, o aluno tem colocação garantida em um mestrado das 250 instituições parceiras.
Luana Almeida
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