Ao cutucar o nariz, bactérias presentes no órgão podem encontrar caminho fácil para o cérebro e gerar o acúmulo de proteína que favorece o Alzheimer. Veja
Glícia Lopes Publicado em 03/11/2022, às 15h00
Pesquisadores da Universidade Griffith, na Austrália, descobriram que o ato de cutucar o nariz até danificar seus tecidos internos pode fazer com que bactérias alojadas no órgão “viajem” até o cérebro. Ao abrir pequenos buracos no nariz, bactérias prejudiciais à saúde encontram um acesso fácil ao cérebro, favorecendo o acúmulo da proteína beta-amiloide, associada ao risco aumentado de Alzheimer.
Foram realizados testes em camundongos utilizando a bactéria chamada Chlamydia pneumoniae, responsável por provocar pneumonia em humanos. Você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com o Alzheimer. Acontece que esta mesma bactéria foi encontrada no cérebro da maioria das pessoas afetadas pelo Alzheimer, com demência de início tardio.
A saber, a proteína beta-amiloide é um mecanismo de defesa do cérebro que, neste caso, é ativado com a passagem de bactérias do nariz para a região cerebral. Esta reação à infecção pelos agentes invasores promove um aumento da produção desta proteína. No entanto, a beta-amiloide também está diretamente associada à doença de Alzheimer. Estudos apontam que o acúmulo de placas formadas pela proteína beta-amiloide no cérebro está associado à doença.
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O estudo realizado com camundongos comprovou que pode se transportar de nervos do nariz desses animais até o cérebro, por meio de um elo entre a cavidade nasal e o encéfalo. A descoberta gerou surpresa entre os pesquisadores, principalmente com a velocidade com que a bactéria Chlamydia pneumoniae tomou o sistema nervoso após atingi-lo.
Os pesquisadores perceberam que dentro do período de 24 a 72 horas as bactérias já conseguiam tomar a região cerebral, e o quadro de infecção nervosa ficava expressivamente pior quando havia rupturas na cavidade nasal dos animais do experimento.
Apesar da descoberta, os cientistas afirmam que ainda é necessária a realização de testes em humanos para constatar a relação entre o ato de cutucar o nariz e o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Ainda não são definidas as causas da doença, embora haja evidências da relação entre esta condição e diversas infecções.
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