Quando em conjunto, os três vírus respiratórios ameaçam mais a saúde dos bebês que não tiveram ainda como formar a defesa do organismo para combater este tipo de infecção
Glícia Lopes Publicado em 09/11/2022, às 12h37
O tempo de isolamento social imposto pela pandemia de covid-19 afetou, em certo grau, especialmente as crianças. Nos primeiros anos de vida há a necessidade de exposição a agentes como bactérias e vírus para, justamente, estimular o organismo a se defender. Como resultado da ausência dessa exposição, uma combinação de três vírus respiratórios está ameaçando a saúde das crianças, sobretudo nos países das Américas. E o Brasil é um destes.
Os bebês que nasceram pouco tempo antes ou até mesmo durante a pandemia não receberam o mesmo tipo de exposição aos vírus que as demais crianças. Isso impediu que se produzisse a defesa de vírus que estão à tona novamente e com força, como é o caso do VSR, o vírus sincicial respiratório, uma das infecções mais comuns em bebês.
No momento, o que preocupa especialistas da área da saúde é que três tipos de vírus parecem estar afetando em conjunto crianças nos primeiros anos de vida, fazendo com que ocorra o aumento de hospitalizações devido às infecções. A combinação destes germes está sendo chamada de "tripledemia": uma epidemia tripla com infecções coexistentes.
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O SARS-CoV-2, agente causador da covid-19, era o vírus predominante nos últimos anos. Porém, esse posto foi tomado pelo vírus Influenza A, que agora está em maior evidência com duas variantes, causadoras da chamada gripe suína. Desse modo, duas cepas da Influenza A se juntam com o temido VSR (vírus sincicial respiratório), formando o combo triplo de infecções que ameaça as Américas atualmente.
A maioria das pessoas não apresenta riscos com a chegada desses vírus. Porém, pessoas com a imunidade comprometida, como é o caso dos bebês, tendem a apresentar quadros mais graves da infecção. Segundo informações Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que considerou dados epidemiológicos mais recentes, os países mais afetados pela “tripledemia” são: Estados Unidos da América, Argentina, Chile, Uruguai e Brasil.
As três infecções apresentam sintomas parecidos, que costumam envolver: febre, congestão, tosse, dor de cabeça e dor de garganta. Quando em conjunto, podem preocupar ainda mais, inclusive devido ao aumento da necessidade de hospitalização, já que os bebês não podem responder imunologicamente aos vírus sem intervenção médica.
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