A vacina contra o câncer estudada pela BioNTech, empresa que fabricou vacina contra a covid-19, possui a mesma técnica deste imunizante e pode chegar em breve
Glícia Lopes Publicado em 17/10/2022, às 21h04
Daqui a menos de 10 anos o mundo poderá conhecer uma vacina contra o câncer ou, pelo menos, para alguns tipos da doença. O imunizante está sendo pesquisado pela BioNTech e possui a mesma tecnologia utilizada na vacina contra a covid-19 produzida pelo laboratório alemão em parceria com a Pfizer, que se mostrou uma das mais eficazes no combate à pandemia global.
O método utilizado para produzir o imunizante da BioNTech e da Pfizer foi considerado revolucionário e abre caminho para que a tecnologia possa ser utilizada na fabricação de vacinas para outras doenças. E isso está bem próximo. Segundo o casal cofundador da BioNTech e responsável pela produção da vacina, Ugur Sahin e Ozlem Tureci, até mesmo antes de 2030 o imunizante pode chegar ao mercado.
Historicamente, as vacinas são produzidas utilizando o próprio patógeno que pretendem combater. Esses materiais geralmente são inativados ou enfraquecidos, a fim de não desenvolver a doença quando entrar em contato com o organismo. Assim, o sistema imunológico é treinado para reconhecer o agente infeccioso e destruí-lo.
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O RNA mensageiro, nova técnica finalizada durante a pandemia de covid-19, agora reaproveitada na vacina contra o câncer, envolve o uso de microfragmentos de mRNA, um material genético. O mRNA é responsável por traduzir instruções gravadas no DNA e as entregar aos produtores de proteínas dentro das células, neste caso, as cancerígenas.
A tecnologia do RNA mensageiro poderá fazer com que o sistema imunológico reconheça e extermine as células cancerígenas, por meio do estímulo da criação de antígenos do câncer, que são proteínas que ficam na superfície das células dos tumores. Um dos maiores desafios é a grande variedade e quantidade dessas proteínas, o que dificulta a produção de um imunizante que tenha como alvos apenas as células alteradas e não as saudáveis.
Mesmo entre os grupos mais vulneráveis, como os idosos, estes novos imunizantes demonstraram ser mais de 95% eficazes contra a covid-19. Além do mais, por ser um material sintetizado em laboratório, sua produção é muito mais simples do que as vacinas tradicionais. Ainda assim, aos olhos dos especialistas, a nova tecnologia marca uma nova era na produção imunológica, abrindo caminho para tratamentos inéditos para câncer e problemas cardíacos.
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*com informações do Estadão
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