Psicobiótico: bactérias do intestino podem influenciar nosso humor; saiba como

O psicobiótico é capaz de fazer ligações diretas com o cérebro, beneficiando, inclusive, pacientes psiquiátricos. Conheça bactérias do intestino podem influenciar nosso humor

Glícia Lopes   Publicado em 14/10/2022, às 12h43

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Você já ouviu falar que o intestino é nosso segundo cérebro? Isso porque a ciência descobriu uma conexão entre esses dois sistemas, que integram funções neuronais, endócrinas, imunológicas e nutricionais. É por isso que estudiosos apontam que certas bactérias do intestino podem influenciar nosso humor, chamada de psicobiótico.

De acordo com o BBC News Brasil, o termo psicobiótico surgiu em 2013, após pesquisas no Centro Farmacêutico Alimentar de Cork, na Irlanda. Quando ingeridos em quantidades adequadas, os psicobióticos têm capacidade de produzir substâncias químicas que são ligadas ao nosso comportamento. Segundo os pesquisadores, estes seres podem ainda beneficiar pessoas que sofrem de doenças psiquiátricas.

Portanto, assim como os probióticos, outra classe de bactérias que têm importantes funções no regulamento do nosso organismo, os psicobióticos atuam diretamente no cérebro, por meio de uma comunicação bidirecional entre o cérebro e o intestino.

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Como agem os psicobióticos?

Existem evidências de bactérias que são capazes de produzir neurotransmissores, como dopamina, serotonina e norepinefrina, importantes para as funções de memória, aprendizado e humor. Nesse sentido, os psicobióticos funcionam enviando mensagens ao cérebro, por meio de três linhas de atuação. São elas:

  1. Produção de neurotransmissores ou seus precursores: essas substâncias viajam o organismo para enviar comandos ao cérebro. Cerca de metade da dopamina que é produzida no corpo, o hormônio ligado ao prazer, vem desse processo que ocorre no intestino, por meio destes micro-organismos.
  2. Modulação do principal sistema de reação neuroendócrina ao estresse: essa atividade ocorre por meio do eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal (HPA). Nesse caso, as bactérias psicobióticas agem regulando este eixo que, quando em desordem ou inflamado, apresenta quadros de depressão, esquizofrenia ou bipolaridade.
  3. Produção de ácidos graxos de cadeia curta: essa função estaria ligada diretamente ao nosso sistema imunológico que, por sua vez, tem importante papel com relação às doenças psíquicas. Os ácidos graxos de cadeia curta regulam a função de sentinelas cerebrais, a micróglia, que são capazes de combater infecções e danos no cérebro.

As bactérias mais conhecidas como psicobióticas, portanto, com efeitos positivos na saúde mental são: Lactococcus, Lactobacillus, Bifidobacterium e Streptococcus, que apresentaram resultados satisfatórios no combate à ansiedade, melhora da qualidade do sono e redução do estresse ou de sintomas da depressão.

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*com informações da BBC News Brasil

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