Varíola dos macacos: infecção pode estar associada ao contato sexual; Entenda

As informações são de um estudo realizado em pessoas com varíola dos macacos, de centros de saúde sexual de Londres. Dados não confirmam IST

Glícia Lopes* | redacao@jcconcursos.com.br   Publicado em 06/07/2022, às 19h37

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Um estudo realizado com pacientes de quatro centros de saúde sexual de Londres, indicaram que as pessoas hospitalizadas ali com Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), concomitante à varíola dos macacos, apresentaram sintomas diferentes dos já conhecidos.

Os pacientes examinados apresentaram menos febre e cansaço, enquanto apontaram as lesões decorrentes da varíola dos macacos nas regiões genitais. Uma das realizadoras do estudo publicado no The Lancet Infectious Diseases, Dra. Ruth Byrne, salientou que o resultado pode ter influência pelo fato de que a pesquisa foi realizada com pacientes de um centro de saúde sexual e pode não refletir na transmissão da varíola dos macacos no público geral.

Sabe-se que a infecção da varíola dos macacos se dá por meio do contato com os fluidos corporais da pessoa contaminada: no contato com a pele, através de partículas da respiração, da boca, bem como de objetos contaminados, como roupas de corpo, cama e banho.

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Dados preliminares apontaram relação entre a infecção da varíola dos macacos e ISTs

Antes de mais nada, é importante frisar que não existe confirmação de que o vírus monkeypox, responsável pela transmissão da varíola dos macacos, faça contágio através dos fluidos genitais. Apesar disso, as autoridades de saúde do Reino Unido recomendam o uso de preservativos por até oito semanas, para pessoas que contraíram a infecção.

A pesquisa foi realizada com 54 casos de varíola dos macacos, de quatro centros de saúde sexual de Londres. A idade média das pessoas examinadas é de 41 anos. Cada um dos pacientes havia contraído alguma IST, outros tinham HIV. Grande parte desse grupo havia viajado recentemente a outros países europeus.

A hipótese do estudo, apesar de ter sido realizado apenas com pacientes de clínicas de saúde sexual, sugere essa relação pois 94% dos personagens apresentaram algo incomum: as lesões habituais da varíola dos macacos estavam localizadas nas regiões do pênis e ânus, principalmente. Isso indica a contaminação através do contato íntimo, já que as feridas se concentram na região do contato sexual.

Além disso, aproximadamente 90% das pessoas examinadas tiveram um novo parceiro sexual, dentro de três semanas antecedentes à realização do estudo. A maioria não confirmou a utilização de preservativo durante a atividade sexual e apenas dois não tinham certeza se o parceiro íntimo estava com varíola dos macacos.

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