Bolsonaristas passaram a bloquear rodovias federais de todo o país por não aceitarem o resultado das eleições para presidente. A ação pode resultar na falta de oxigência nos hospitais e clínicas
Desde o resultado das Eleições 2022 no domingo (30), no qual foi eleito democraticamente o ex-presidente Lula (PT), bolsonaristas passaram a bloquear rodovias federais de todo o país. Prestes a alcançar 48 horas de obstrução nas estradas, diversos setores alertam para consequências mais graves causadas pela mobilização inconstitucional. É o caso do transporte de oxigênio líquido para clínicas e hospitais.
A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) informou, em nota à imprensa, que o bloqueio nas rodovias está colocando em risco o transporte de oxigênio líquido medicinal, destinado aos estabelecimentos de saúde. A Abiquim disse que acompanha atentamente as notícias e movimentações relacionadas aos protestos e bloqueios de rodovias em diferentes regiões do país.
“Especificamente no setor de saúde, as manifestações estão colocando em risco o transporte de Oxigênio Líquido Medicinal, destinado a clínicas e hospitais, locais nos quais é utilizado para a manutenção e preservação da vida de pacientes em UTI’s ou CTI’s em estado crítico, ou que estejam sofrendo de crise respiratória”, alertou a nota.
Segundo a entidade, é preciso liberar com urgência a circulação desimpedida dentro do país para que o oxigênio e outros produtos essenciais à vida brasileira continuem chegando ao seu destino.
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu suspender totalmente o bloqueio de rodovias federais que estavam ocupadas por bolsonaristas. De acordo com a decisão, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a polícia estadual devem cumprir a decisão e manter a capacidade geral de tráfego de veículos. Para Moraes, as paralisações “desvirtuam o direito constitucional de reunião”.
O ministro afirmou que “o quadro fático revela com nitidez um cenário em que o abuso e desvirtuamento ilícito e criminoso no exercício do direito constitucional de reunião vem acarretando efeito desproporcional e intolerável sobre todo o restante da sociedade, que depende do pleno funcionamento das cadeias de distribuição de produtos e serviços para a manutenção dos aspectos mais essenciais e básicos da vida social”.
Segundo balanço parcial da PRF, houve bloqueios em pelo menos 20 estados. Entre os que tiveram maior número de casos, Santa Catarina registrou 42 bloqueios, Mato Grosso do Sul, 32 interdições, Paraná teve 18 interdições e 6 bloqueios, Pará teve 17 interdições, mesmo número de Rondônia. Goiás registrou 10 interdições, Rio de Janeiro, 9 interdições, São Paulo teve 7 bloqueios. De acordo com a PRF, até a noite desta segunda-feira (31), 75 manifestações foram desfeitas.
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