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Empréstimo: brasileiros estão perdendo interesse pela modalidade de crédito. Entenda

Nenhum estado do país registrou um aumento na busca por crédito por parte dos consumidores. Retração se torna ainda mais pronunciada quando se compara julho de 2022

Dados refletem um efeito estatístico proveniente da alta demanda por crédito nos anos anteriores
Dados refletem um efeito estatístico proveniente da alta demanda por crédito nos anos anteriores - Divulgação/JC Concursos
Pedro Miranda

Pedro Miranda

redacao@jcconcursos.com.br

Publicado em 29/08/2023, às 01h18

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A demanda por empréstimos entre os consumidores brasileiros está em constante queda, conforme os dados mais recentes do Indicador de Demanda dos Consumidores por Crédito, desenvolvido pela Serasa Experian. Os números mostram que, ao comparar os meses de julho e junho deste ano, houve uma redução de 2,4%.

Contudo, a retração se torna ainda mais pronunciada quando se compara julho de 2022, exibindo um declínio de 10,9%. Esse cenário de diminuição persiste há 14 meses consecutivos, remontando a junho de 2022, de acordo com informações exclusivas obtidas pela Agência Brasil.

Os dados acumulados ao longo de 2023 revelam uma diminuição de 12,3% na busca por crédito, enquanto a análise dos últimos 12 meses aponta para um declínio ainda mais expressivo, atingindo 14%. A Serasa Experian obtém essas informações por meio de um monitoramento mensal das consultas realizadas para a concessão de crédito, relacionadas aos Cadastros de Pessoas Físicas (CPFs) registrados em sua base de dados.

Notavelmente, nenhum estado do país registrou um aumento na busca por crédito por parte dos consumidores. Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, relaciona essa tendência de declínio à política de juros praticada no Brasil. Ele afirma que "os consumidores continuam relutantes em buscar crédito, principalmente devido às altas taxas de juros, que tornam o momento inadequado para isso".

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Dados refletem um efeito estatístico proveniente da alta demanda por crédito nos anos anteriores

Recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros da economia (Selic) para 13,25% ao ano no início de agosto, marcando o primeiro corte em três anos. A Selic exerce influência direta nas taxas de juros aplicadas aos empréstimos oferecidos aos indivíduos.

O Banco Central justifica a manutenção dessas taxas elevadas como um meio de controlar a inflação. No entanto, essa abordagem também acarreta efeitos negativos, uma vez que as altas taxas de juros podem prejudicar o acesso ao crédito, bem como o consumo e os investimentos. Ruy Santacruz, professor de economia da Universidade Federal Fluminense (UFF), acredita que, além dos juros elevados, os dados da Serasa Experian refletem um efeito estatístico proveniente da alta demanda por crédito nos anos anteriores.

Ele destaca que "a retração na demanda por crédito acontece devido a uma demanda muito alta durante e após a pandemia. Na realidade, a demanda por crédito não está baixa atualmente, ela está razoavelmente alta. A queda acontece porque ela está vindo de um patamar ainda mais elevado".

Embora a queda na busca por crédito seja notória, especialistas acreditam que reorganizações financeiras, renegociações de dívidas e redução de gastos podem contribuir para um aumento gradual na demanda por empréstimos, à medida que as condições econômicas se estabilizam.

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