Governo Federal diminuiu os gastos com o funcionalismo público e precatórios; queda de investimentos representa o menor patamar dos últimos 10 anos
Os gastos com o funcionalismo público e precatórios despencou ao menor patamar dos últimos dez anos em 2022. Impulsionou para a derrubada dos gastos a ausência de reajustes salariais dos servidores, falta de concursos públicos, além do adiamento do pagamento de precatórios.
Com isso, as despesas com servidores ativos e inativos fechou o primeiro semestre deste ano no menor nível em 14 anos, de acordo com os dados que foram compilados pela Agência Brasil a partir das estatísticas do Tesouro Nacional.
Só para se ter uma ideia, de janeiro a junho, o Planalto gastou R$ 157,477 bilhões para pagar os salários, as aposentadorias e sentenças judiciais do funcionalismo, levando em consideração os valores atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esse valor é o mais baixo para o primeiro semestre desde 2008, em R$ 139,733 bilhões corrigidos pela inflação.
Descontando a inflação, desde o recorde de gastos observados no primeiro semestre de 2019, quando atingiu a marca de R$ 186,213 bilhões, houve o recuo de gastos em 15,43%.
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Alguns fatores contribuíram para a diminuição dos gastos com o funcionalismo. Dentre eles, estão a queda de gastos com o funcionalismo com o congelamento de salário que vigorou entre junho de 2020 e dezembro de 2021, com a aprovação da medida pelo Congresso Nacional para ajudar os estados e municípios que foram afetados pela pandemia de covid-19.
Em 2022, o governo também recusou conceder reajuste a diversas categorias do funcionalismo, o que acarretou em greves e insatisfação. Outro fator foi a não realização de concursos públicos para repor os servidores que morreram ou se aposentaram do funcionalismo federal.
Desse modo, o número de servidores caiu de 630,7 mil em dezembro de 2018 para 570,3 mil em julho deste ano, a informação é do Painel Estatístico de Pessoal do Ministério da Economia. Outro ponto é a desburocratização dos serviços, passando a oferecer 4,9 mil serviços públicos pela internet, de acordo com a Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia.
Em relação aos precatórios, as dívidas que foram reconhecidas em caráter definitivo pela Justiça, acima de 60 salários mínimos, passaram a ser parceladas até 2026. Também aconteceu o mesmo com as dívidas do antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), que passaram a ser pagas em três parcelas, uma a cada ano.
Entidades que representam o funcionalismo público têm criticado a diminuição no número de servidores. O diretor da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Pedro Armengol, chegou a afirmar em audiência pública realizada na Câmara em maio, que a não reposição de servidores e o congelamento de salários piora a qualidade do serviço ofertado.
Armengol também afirmou à época que essas decisões têm sido unilaterais. "A pauta [de reivindicações] dos servidores públicos não é meramente corporativa. Ela reflete a preocupação dos trabalhadores e trabalhadoras do setor com as condições mínimas necessárias para atender as demandas da população e, portanto, assegurar direitos essenciais dos brasileiros”.
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