Ana Cristina Pimentel Ratter Nunes, de 28 anos, é muçulmana e precisou pedir ajuda à Defensoria Pública para conseguir usar o véu que sua religião determina enquanto prestava a
prova do concurso do Instituto Nacional do Seguro Social (
INSS), no domingo – 15 de maio.
A estudante é moradora de Brasília/DF e se converteu à religião islâmica há cerca de três anos; desde então usa um véu chamado hijab para cobrir os cabelos e a nuca. Quando se inscreveu para o
concurso do INSS, no site da organizadora Cespe, a candidata tomou o cuidado de solicitar atendimento especial e informou que utilizaria o véu, mas mesmo assim teve sua inscrição indeferida pela banca.
Na quinta-feira (12 de maio), a jovem procurou a Defensoria Pública da União (DPU), que entrou com ação em seu favor; e na sexta-feira, 13 de maio, a Justiça já havia concedido o direito de Ana Cristina realizar a prova usando o véu, desde que fosse submetida a averiguação para evitar fraude.
Ela contou que pôde então participar normalmente do
concurso do INSS e não teve nenhum contratempo: “o fiscal da sala já sabia que eu estaria de véu e eu não fui deslocada de sala”, disse.
Além de ajudar Ana Cristina a fazer a prova do INSS, a Defensoria Pública também solicitou que fosse garantido o direito de que outros concorrentes pudessem utilizar vestimentas próprias de várias religiões, como o quipá do judaísmo.
Vida de concurseira
A jovem muçulmana contou que é concurseira há algum tempo, mas que antigamente costumava tirar o véu para prestar as provas porque ainda estava em período de transição: “depois de me acostumar com o véu eu queria seguir a minha religião integralmente, até que tive coragem e não tirei mais o hijab”, afirmou Ana Cristina.Ela disse ainda que já teve uma prova cancelada pela Cespe, no concurso da DPU, porque não sabia que precisava solicitar atendimento especial para utilizar o véu. Agora pretende continuar participando das seleções até passar.
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