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A falácia da suspensão dos concursos públicos

Não se deixe desanimar pelas falas pouco sábias de nossos governantes. E, menos ainda, pela miopia administrativa que os assola

William Douglas
Publicado em 20/07/2016, às 12h59

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Os concurseiros de primeira viagem estão desanimados com as notícias de que não ocorrerão concursos. Se você é um deles, não deixe de ler este artigo.
Não se deixe desanimar pelas falas pouco sábias de nossos governantes. E, menos ainda, pela miopia administrativa que os assola. Sim, é certo que alguns administradores canhestros, de todos os partidos, gostariam de acabar com os concursos. Preferiam colocar nos cargos amigos, parentes, amantes, cabos eleitorais e desocupados incompetentes. Porém, felizmente, em todos os partidos há aqueles que leem a Constituição e sabem que não há como fugir disso: os concursos precisam ser realizados. Adiou aqui, acumulou mais um para fazer ali, daqui a pouco.
Historicamente, sempre que o orçamento do Governo Federal aperta um pouco, surge logo a notícia de que os concursos serão suspensos. Isso induz centenas de milhares de cidadãos a desistirem de se preparar para os concursos. Essa desinformação, contudo, não assusta a quem conhece a área. Se você, como eu, estivesse há anos nesse meio, saberia que não vão impedir os concursos. 
Os concursos, por maior que seja a crise, continuam e precisarão continuar a ser realizados. São mais de cinco mil Municípios, 27 Estados e DF, autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, Poder Judiciário e Legislativo, todos dotados ou de orçamento próprio, ou de autonomia ou, o caso mais grave, de demanda inadiável de servidores. Portanto, mesmo quando o Governo Federal suspende eventualmente seus concursos, isto atinge apenas o Poder Executivo da União, mas não os outros Poderes, e menos ainda os Estados, DF, Municípios e entidades diversas. E não impede os óbitos e aposentadorias de servidores federais, que regularmente criam mais vagas a serem preenchidas.A análise dos concursos no âmbito do Poder Executivo da União também merece atenção. Sempre que suspensões foram anunciadas, dois fenômenos aconteceram, e vão se repetir: primeiro, foram abertas exceções para as instituições e cargos onde a demanda era mais urgente; segundo, passado algum tempo, os concursos voltaram a ser realizados, e com número de vagas maior.
Em suma, mesmo que alguns governantes e administradores públicos coloque os concursos como “problema”, e não como “solução”, os certames públicos não são convocados quando há sobra de caixa, mas sim quando “não tem mais jeito”, quando a máquina pública está estrangulada por falta de pessoal. Diversos setores têm enorme carência, que é agravada pela enorme quantidade de aposentadorias anuais, devido à elevada faixa etária média dos servidores.
Alguns governos realizam mais concursos, outros menos, mas todos precisam realizá-los. Não há como parar os concursos: não haverá fiscal para cobrar impostos, policial para cuidar da segurança, professor para ensinar, pessoal de saúde para atender à população e por aí vai. Recentemente foi realizado um concurso para técnico do INSS, cuja carência é enorme. Os quase mil candidatos que serão selecionados não suprirão nem 10% da carência do órgão. Essa situação de carência de servidores cria dor e sofrimento para a população e, mais cedo ou mais tarde, tem que ser resolvida.
Logo, amigos, a verdade é que, em geral, infelizmente não se pode confiar no Governo, que não cumpre o que promete. No caso dos concursos, felizmente também não podemos confiar quando promete a sua suspensão. O governo adia, atrasa, enrola, mas acaba tendo que fazer os concursos. As vagas estão em aberto e há um momento em que não existe outra solução. Então, os concursos são realizados.
A você, concurseiro, fica minha solidariedade por mais uma vez ter enfrentar esse sofrimento, mas lembre-se que “toda a terra prometida tem um deserto antes”. Se chegou até aqui e não quer desistir dos concursos, me orgulho de você por querer ascender ao cargo públicos passando pelo crivo dos concursos. A você, meus votos de que faça como os mais bem orientados: não esmoreça, com a certeza histórica e fática de que os concursos permanecerão acontecendo e que em breve virão em ainda maior monta. 
Aos governantes, meus votos de que tenham sucesso em colocar o país nos trilhos, e que entendam que parte disso não é suspender os concursos, mas realizá-los com seriedade, regularidade e qualidade, dando aos servidores treinamento e condições de atender bem ao sofrido povo brasileiro. Um povo regularmente enganado durante os períodos eleitorais, e regularmente desprezado em relação àquilo que lhe assegura, em termos de serviços públicos, a Constituição Federal.
William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 40 obras, dentre elas Como Passar em Provas e Concursos e As 25 Leis Bíblicas do Sucesso. Site: www.williamdouglas.com.br. Acompanhe-o nas redes sociais (@site_wd, @site_wd2 e William Douglas - Facebook).
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