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Segurança acima de tudo

“Tive três professores que me fizeram buscar mais conhecimento. Foi por culpa deles que me tornei profissional na área”,

Redação
Publicado em 19/11/2010, às 14h43

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No último dia 31 de outubro, mais de 106 milhões de brasileiros, segundo estatísticas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), votaram para escolher quem ocuparia o cargo mais importante do país pelos próximos quatro anos.

Pouco depois das 20h, muitos comemoravam e outros aceitavam a eleição de Dilma Rousseff como a primeira mulher a assumir a presidência do Brasil.

Em casa, Arlei de Almeida Oliveira Júnior acompanhava o resultado pela televisão, assim como tantos outros. A diferença é que além de participar do ato democrático ao pressionar a tecla “confirma”, o paulista de Presidente Prudente foi um dos 32 selecionados para testar a segurança de um dos modelos de urnas eletrônicas utilizados nas eleições deste ano.

O convite partiu de uma empresa de informática de Brasília (DF) e teve o TSE como supervisor direto.

“A experiência foi positiva. Conheci pessoas com alto grau de conhecimento técnico em segurança, inclusive o responsável pelo desenvolvimento dos algoritmos criptográficos que compõem a segurança das mídias eletrônicas e da própria urna eletrônica”, avalia.

Apesar de ter sido uma surpresa, a oportunidade não surgiu do nada. Foi reflexo da dedicação aos estudos que Arlei demonstra em cada frase quando há a chance de falar sobre o assunto.  

“Meu avô costumava me dizer que a vida é dura para quem é mole. Por isso, me esforço a cada dia e não abaixo a cabeça para as minhas deficiências técnicas. Corro atrás, aprendo e multiplico o conhecimento aprendido com muito prazer”, revela.

Prova dessa determinação veio com a mudança para São Paulo após o término da faculdade de ciências da computação em Presidente Prudente, por conta de uma oferta de trabalho.

No novo emprego, Arlei sentiu a necessidade de aprimoramento e decidiu iniciar o MBIS – programa de pós-graduação Latu Sensu específico para profissionais de informática – em segurança da informação.

Antes mesmo de terminar a especialização, dois acontecimentos mostraram o quanto tinha valido a pena investir nos novos ares. A conquista do emprego em uma empresa reconhecida no mercado de tecnologia e certificação digital se tornou o primeiro deles.

“Tive três professores que me fizeram buscar mais conhecimento. Foi por culpa deles que me tornei profissional na área”, reconhece.

O outro estimulante para a permanência na carreira veio no mesmo dia da apresentação do trabalho de conclusão de curso (TCC). Junto com o reconhecimento das propostas apresentadas em torno do tema perícia digital pela banca, um novo caminho começava a se mostrar nas palavras do então coordenador do MBIS.

“O professor Bussab brincou com um dos integrantes da banca de que eu seria o novo professor da área de segurança da informação. Achei que fosse apenas brincadeira, mas um mês depois ele entrou em contato e ofereceu a oportunidade de lecionar. Aceitei prontamente”, diz.


O convite trouxe responsabilidade e uma rotina de trabalho puxada, que é seguida há três anos. Todos os dias Arlei trabalha, acompanha as tendências de mercado para elaborar novos planos de ataque no setor de certificação digital e smart cards (dentre eles os cartões bancários) e leciona, reservando tempo também para a família e outros interesses pessoais.


A rotina não desencoraja esse professor avesso a qualquer temor em relação a mudanças. É assim que ele se planeja para agarrar a chance que pode surgir a qualquer momento e dar um novo sentido à caminhada profissional.

“Creio que o futuro será definido quando este for alcançado, mas tenho de fazer a minha parte. Estudo muito hoje para quando aparecer uma nova oportunidade eu poder abraçá-la sem medo. Planejo sim, mas com muita calma. Hoje quero manter-me na área de segurança, escrever livros, publicar artigos e replicar conhecimento”, explica.

A transmissão de conhecimento esse professor paulista faz durante todas as aulas que leciona. Tem na tarefa uma obrigação pessoal de transformar os alunos dentro do processo cognitivo de cada um quanto ao pertencimento à profissão e ao mundo. Não fica satisfeito enquanto não atinge o objetivo. Neste processo, além do conhecimento adquirido, Arlei se vale, muitas vezes, da sensibilidade e percepção extrassensorial.

“Certa vez um aluno de 44 anos, que nunca havia trabalhado na área de tecnologia, estava muito desanimado. Aconselhei-lhe que tivesse paciência, porque algo iria acontecer. Não sei o que me fez lhe dizer aquilo. Fazia dois anos que ele estava desempregado. Na semana seguinte, durante a aula, ele me contou quase chorando que havia arrumado um emprego numa empresa de tecnologia. Fiquei muito emocionado com a situação. Sensação de dever cumprido”, conta.

Coincidência ou não, são acontecimentos como estes que levam o docente a identificar o ato de lecionar como um talento nato e o fazem traçar novos planos, guardados em uma área da mente que os conservará sempre vivos, pelo tempo que possa demorar até serem concretizado.

O próximo na fila de “gavetas” mentais é o mestrado em segurança da informação, que Arlei de Almeida Oliveira Júnior almeja começar no primeiro trimestre de 2011.


“Sou uma pessoa limitada, mas com muita vontade de aprender. Quando digo isso em sala os alunos pensam que estou brincando, mas tem coisas que tenho de ler várias vezes. Por isso, me defino como um teimoso. Tenho de aprender, aprendo!”, reflete.

Pâmela Lee Hamer

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