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Virando o jogo

Todas as razões do mundo poderiam fazer daquela frustração um motivo suficiente para a derrota, mas não foi o que ocorreu.

Redação
Publicado em 27/06/2014, às 13h50

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Daniel Sena

Eu sou uma pessoa muito atenta às coisas que acontecem no dia a dia, seja comigo, seja com os outros. Sempre observo muito e estou aberto ao aprendizado que cada situação pode me trazer.

No dia do primeiro jogo do Brasil, uma coisa me chamou a atenção. Vocês devem se lembrar que o primeiro gol foi do Brasil, contudo, foi um gol contra. Por uma infelicidade, o jogador brasileiro, que tentava defender o time, acabou empurrando a bola para dentro do gol. Recordo-me como se fosse hoje, vários torcedores condenando aquela atitude. Alguns, de forma mais pessimista, já diziam que o jogo estava perdido e que até a Copa o Brasil perderia.

Aquele não tinha sido um simples gol contra. Além de a Copa ser no Brasil, aquele era o primeiro gol da Copa, no primeiro jogo do Brasil. O time estava pressionado por toda a sociedade. Além da cobrança natural existente nos jogos esportivos,nos dias que antecederam o início dos jogos, um espírito pessimista se apoderou dos brasileiros. Havia uma cobrança de ordem política em razão de fatores como corrupção, atraso nas obras da Copa, falta de infraestrutura e greve em vários setores da sociedade. Tudo isso junto pesou bastante sobre os jogadores e,ainda por cima, o primeiro gol foi contra.

Eu não sei qual será o fim deste campeonato, nem vocês sabem, pois, ao tempo da leitura deste artigo, os jogos ainda não terão chegado ao fim. Mas um aprendizado muito interessante ficou em meu coração naquele primeiro jogo, e eu gostaria de compartilhá-lo com vocês.

Eu tenho certeza absoluta que aquele jogador não teve intenção de fazer gol contra.Quem acompanhou o jogo deve ter percebido que o empurrão na bola era inevitável por conta das circunstâncias.

Apesar de enxergar com uma culpa involuntária, é inegável que houve uma frustração naquele planejamento. Não havia essa intenção. Os jogadores do Brasil não foram treinados para fazer gol contra, eles foram treinados e desejavam fazer gol no oponente, pois só assim é que se vence o jogo. Mas bem no início do campeonato,logo no primeiro jogo, no primeiro gol, aquele projeto sofreu uma pequena frustração.

Todas as razões do mundo poderiam fazer daquela frustração um motivo suficiente para a derrota, mas não foi o que ocorreu. Os jogadores demonstraram uma maturidade emocional muito grande, não se abalaram por aquele incidente e nem culparam o jogador azarão. Eles tiveram a visão perfeita da situação, a visão de que ao longo de grandes projetos, estamos suscetíveis a pequenas frustrações. Lutaram com garra, foram para cima do time oponente e viraram o jogo.

Vocês conseguem perceber o quanto essa situação tem a ver com as nossas vidas? Sim, ela é a própria história das nossas vidas. Sonhamos com grandes realizações e planejamos incessantemente os nossos projetos acreditando que tudo dará certo.Ninguém corre atrás de um objetivo acreditando que ele dará errado. Quando vamos em direção aos nossos sonhos, acreditamos que tudo dará certo, que as coisas se encaixarão perfeitamente, nos levando à realização. Entretanto, avida não é tão cartesiana assim!

Nossa caminhada é cheia de curvas. Estamos sujeitos a várias circunstâncias alheias à nossa vontade, as quais vão se revelando enquanto caminhamos. Por mais que planejemos,por mais preparados que estejamos, sempre estamos sujeitos a pequenas frustrações.

O time do Brasil mostrou que uma pequena frustração não tem poder para destruir todo o projeto, a não ser que deixemos isso acontecer. Provou, também, que quando o planejamento é frustrado, a única coisa a fazer é levantar e seguir em frente.Que não importa quantas vezes seremos frustrados, o que importa é tentar sempre,até conseguir. A situação mostra que ser derrotado em uma batalha não significa perder a guerra. Revela que as pequenas derrotas nos fortalecem e nos ensinam uma melhor forma de chegar à vitória.

Eu sei que em sua caminhada de concurseiro, você já deve ter experimentado várias derrotas. Acredito que, por conta disso, você tenha perdido a esperança em algum momento ou até pensado em desistir de continuar atrás desse sonho.

Pare com isso agora! Aprenda a encarar os seus desafios sem desespero. Mantenha sempre a tranquilidade e os olhos firmes no objetivo. Esteja preparado para sofrer pequenas frustrações ao longo da sua caminhada, pois elas são parte da trajetória rumo ao sucesso. É assim para todo mundo! Encare seus desafios com a bravura de um guerreiro que não luta para perder. É assim que você vai vencer.

O caminho para o sucesso pode não ser perfeito, mas se você lutar com toda a sua força, certamente será vencedor!

Daniel Sena é diretor do AlfaCon São Paulo, professor de direito constitucional e especialista em concursos públicos.

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