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Viva a geração Y!

Entre 2001 e 2011, mais do que dobrou o percentual de servidores civis ativos do Executivo com idades entre 21 e 30 anos: de 5,2%, em 2001, esse número passou para 12,5%, em 2011.

Redação
Publicado em 24/04/2012, às 15h31

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Wilson Granjeiro
Tenho notado há muito tempo em meu trabalho diário de preparação de candidatos para concursos públicos no Gran Cursos que os jovens de até trinta anos de idade estão mesmo dispostos a integrar o serviço público.
A presença maciça da geração Y em nossos bancos reflete números impressionantes, colhidos, sobretudo, na última década. Determinados, na corrida para o serviço público, esses jovens se submetem a concursos de provas e de provas e títulos para preencher vagas em todas as esferas da administração pública, seja a federal, para trabalhar no Executivo, no Legislativo ou no Judiciário; seja a estadual; seja, ainda, a municipal.
Entre 2001 e 2011, mais do que dobrou o percentual de servidores civis ativos do Executivo com idades entre 21 e 30 anos: de 5,2%, em 2001, esse número passou para 12,5%, em 2011. São mais de 40 mil pessoas! Pode-se dizer que se trata de ascensão lenta e gradual, porém irreversível. É o que se deduz da seguinte estatística, tomada ano a ano, a despeito da pequena queda identificada entre 2010 e 2011:
2001 ----------------------------------------5,2% 2002-----------------------------------------5,4% 2003------------------------------------------6,1% 2004------------------------------------------7,3% 2005------------------------------------------8% 2006------------------------------------------9,3% 2007------------------------------------------9,5% 2008------------------------------------------10,4% 2009------------------------------------------11,5% 2010------------------------------------------12,7% 2011------------------------------------------12,5%
Já escrevi algumas vezes sobre os fatores que atraem cada vez mais jovens de 18 a 30 anos de idade para o serviço público. Essa parcela da população já alcança expressivos 40% do total de contratados pela via do concurso público, de acordo com dados do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
Apesar disso, é preciso registrar também o notável número de pessoas com mais idade que concorrem às mesmas vagas. O grupo dos que contam com entre 30 e 50 primaveras representa 20% dos candidatos, ao passo que o da terceira idade, composto de profissionais com mais de 50 anos de idade, alcança percentual idêntico ao dos concurseiros que não passaram dos 30. Acredito, no entanto, que a geração Y já será o maior de todos em, no máximo três anos, diante do interesse cada vez maior que demonstra pela carreira pública.
No que interessa ao Estado, há um dado da maior relevância e que tem forte relação com a ascensão da geração Y no serviço público. É que, segundo estudos recentes da área de recursos humanos, 90% desses jovens servidores pretendem realmente seguir a carreira pública, fazendo dela um fim para sua vida profissional, enquanto apenas 10% a consideram um meio para realizar projetos na iniciativa privada. Isso significa que investir em novos servidores que estão chegando por meio dos concursos é um bom negócio para a administração, que poderá contar com esses trabalhadores durante toda a vida útil profissional deles.
Um outro fenômeno que testemunhamos do início da década passada para cá foi a reversão da predominância do sexo masculino nos concursos públicos. Hoje as estatísticas demonstram que as mulheres já são sólida maioria de 55% contra 45%, invertendo a relação existente até a década passada. E elas constituem, sem dúvida, fator determinante para o crescimento observado na turma com menos de 30 anos entre os concurseiros. Basta observar o crescente número de jovens alunas nas turmas de qualquer curso preparatório.
As vantagens do cargo público são hoje mais conhecidas do que nunca, graças à ampla divulgação por todos os meios de comunicação, sobretudo a internet. A ampla circulação das informações contidas nos editais de concursos ampliou o interesse por eles em todas as faixas da população. Em decorrência disso, observamos fenômenos como o da concorrência cada vez maior. Estudar para concurso público se tornou quase uma mania nacional, tanto que se calcula em 12 milhões o contingente de pessoas que se preparam para concorrer em todo o país a alguma dessas seleções. 
Para muitos desses jovens, a aprovação em um bom concurso, com salários que podem chegar a R$ 13 mil em cargos de nível médio, pode ser até o primeiro – e último – emprego. Todo empenho é pouco para quem está nessa situação e ainda tem toda a vida profissional pela frente.
Sejamos realistas: oportunidades como essa não existem na iniciativa privada. Em qualquer profissão, um jovem em início de carreira, seja, por exemplo, um engenheiro, um médico, um arquiteto ou um jornalista, ingressará no mercado de trabalho ganhando, no máximo, 1/5 desse valor, e sem as vantagens e benefícios que qualquer cargo público regido pela Lei 8.112/1990 oferece ao seu ocupante. E é igualmente difícil, para um celetista que já tenha passado dos 50 anos de idade, alcançar esse nível de remuneração, salvo após muitos anos de dedicação a uma grande empresa que ofereça um bom plano de carreira, com ascensão profissional garantida. 
Além dos altos salários oferecidos, há outros atrativos para a carreira pública. Um deles é a estabilidade, assegurada pela Constituição depois de cumpridos os três anos de estágio probatório a que os servidores estão obrigados. Todo concurseiro sabe que, uma vez estável, só pode ser demitido se cometer falta grave, e, assim mesmo, depois de passar por processo administrativo disciplinar com amplo direito de defesa e do contraditório. Sabe também que, quando se aposentar, levará para a inatividade os mesmos valores que percebia quando ativo, outro grande diferencial em relação à iniciativa privada. 
Não bastasse, há ainda mais vantagens que compõem um pacote de que os servidores desfrutam após a posse, tudo previsto na Lei 8.112. Não há nada similar no regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que rege os empregos privados e os das empresas públicas e sociedades de economia mista. Eis aí algumas razões que explicam o crescente interesse dos jovens pelos concursos públicos e pelos empregos com que poderão contar por toda a vida. A tendência é que esses candidatos sejam cada vez mais numerosos, mais bem preparados, mais conscientes de suas responsabilidades e mais eficientes no desempenho de suas tarefas, qualquer que seja a área em que venham a trabalhar. 
Por isso mesmo, acredito que a geração Y representa a possibilidade de um importante avanço na melhoria dos serviços prestados à população brasileira pelo Estado. Espero que muitos dos meus alunos com esse perfil façam parte da administração dentro em breve, sendo aprovados em concursos que vão ocorrer ainda em 2012. Nesse contexto, tenho o maior prazer e orgulho em desejar a todos um FELIZ CARGO NOVO!  
J. W. Granjeiro é Diretor-Presidente do Gran Cursos; coordenador do Movimento pela Moralização dos Concursos - MMC. www.professorgranjeiro.com. Twitter: @jwgranjeiro.
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