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Como estudar, trabalhar e passar em concurso

Cada caso é um caso, porém, algumas regras servem para todos e podem ajudar a superar as dificuldades quando se decide que é chegado o momento de encarar o desafio.

Redação
Publicado em 14/05/2012, às 16h14

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Wilson Granjeiro
Uma pergunta muito frequente que me fazem é sobre como conciliar trabalho e estudo para concurso público, além de, em muitos casos, também os estudos acadêmicos. Em síntese, atividades que podem ocupar a maior parte do dia.  Muita gente tem dificuldade para dividir o tempo e dar conta dessa empreitada, e sempre há quem desista no meio do caminho. É uma pena, pois não existe segredo para conseguir levá-la adiante com êxito. Também não há uma fórmula única que possa ser receitada para todo mundo. Cada caso é um caso. Todavia, algumas regras servem para todos e podem ajudar a superar as dificuldades quando se decide que é chegado o momento de encarar o desafio.
Extraio bons exemplos de meu dia a dia no Gran Cursos, onde convivo com milhares de homens e mulheres, alguns muito jovens ainda e outros já bem maduros. Em comum, todos conseguem enfrentar o desafio com sucesso, isto é, acabam alcançando a tão sonhada aprovação para um cargo público, sem deixar de trabalhar ou de fazer sua faculdade ao mesmo tempo em que dedicam algumas horas à preparação para as provas do certame escolhido.
Para falar a verdade, essa é a situação da maioria dos nossos alunos, conforme atesta pesquisa que fizemos há algum tempo e nos revelou serem eles 65% dos que se matriculam nos nossos cursos. Mesmo que não dispuséssemos da pesquisa, bastaria olhar à nossa volta, nas salas de aula ou em qualquer um dos nossos espaços de convivência, para verificar que essa é, de fato, a nossa realidade.
Pouquíssimos são aqueles que não têm outra preocupação senão a de estudar para concurso público. Diria mesmo que eles são exceção, seja por terem condições de se manter durante algum tempo com algum tipo de renda que não dependa de um emprego formal, seja por conseguirem economizar o suficiente para se sustentar durante certo período sem trabalhar, seja por contarem com renda proveniente de algum patrimônio já existente, seja, ainda, como é muito comum para os mais jovens, graças ao suporte financeiro da família. O mais comum, contudo, é mesmo o que revelou a nossa pesquisa: conciliar estudos, em nossos cursos ou em casa, e trabalho, fundamental para poder manter a proposta de busca por um futuro melhor.
Como eu disse, não há uma regra única para todos. Cada um tem de encontrar a própria fórmula de sucesso. Falo por experiência própria, pois, como já contei em muitos de meus artigos, fui um estudante pobre, filho de imigrantes nordestinos, membro de uma família de muitos irmãos, que precisavam sobreviver na Brasília dos primeiros anos da cidade. Vivi uma época muito mais difícil do que a de hoje, quando não se dispunha dos meios e dos recursos tecnológicos de hoje, como celular e internet. Nesse ambiente, ainda antes da adolescência, enfrentei o trabalho duro de ajudante de pedreiro de meu pai, ao mesmo tempo em que estudava em escola pública. Depois, já rapaz, segui trabalhando em escritório e estudando por conta própria, em casa e em bibliotecas. Já existiam alguns poucos cursinhos, porém eu não reunia condições financeiras para pagar por eles.
Foi assim – e, naturalmente, levou alguns anos de muito esforço e sacrifício – que consegui a aprovação nos primeiros concursos e me tornei servidor público de carreira, em cargos que exerci por dezessete anos, antes de me tornar um empreendedor. Quando falo de sacrifício, não estou usando uma figura de retórica. Também já contei em outros artigos que uma das técnicas que eu usava para estudar de madrugada era manter os pés numa bacia de água fria, afinal ninguém consegue dormir sem os pés estarem aquecidos.
É claro que não acho que esse seja um método indicado para todos. Mas, no meu caso, posso garantir que deu certo. O fato é que, para conseguir levar adiante estudos, trabalho e preparação para concursos, é preciso desenvolver algum tipo de esquema que permita uma boa divisão das horas que serão dedicadas a cada uma dessas atividades. Isso é realmente fundamental.
Para começar, é preciso saber escolher o concurso que melhor se encaixa nos planos para o futuro e decidir a preparação mais indicada para o caso. Feito isso, é necessário planejar a divisão do tempo racionalmente. Então, tudo transcorrerá mais fácil e naturalmente, transformando o que parecia impraticável em mera rotina de vida durante não mais do que alguns meses, até a aprovação.
Não recomendo a estratégia de estudar diariamente o absurdo de dez a doze horas seguidas, pois o efeito será certamente contrário ao desejado. Não duvide: práticas como essa acabam em estresse e fracasso. O correto é reservar para as aulas no curso escolhido aquele tempinho que todos sempre temos disponível. Alunos não ficam mais do que quatro horas em sala de aula, pela manhã, de tarde ou de noite. Para completar a preparação, basta destinar mais algumas horas de estudo em casa, em qualquer tempo que sobre, para fixar as lições e fazer exercícios das matérias vistas em sala de aula.
De qualquer forma, independentemente da estratégia adotada, o que mais importa é que se tenha o concurso público realmente como um objetivo de vida. É preciso que a pessoa queira, de fato, passar e faça disso o seu principal objetivo. É necessário manter o foco, seguir em direção ao alvo como uma flecha, sem se deixar desviar do rumo traçado. Em outras palavras, é preciso estar determinado a alcançar a meta da aprovação e disposto a encarar e vencer qualquer dificuldade que surgir pelo caminho. Quem assumir essa postura terá sucesso, mas só poderá relaxar depois que o grande momento acontecer: a aprovação.
É claro que vale a pena. Que o digam nossos alunos que acabam de passar em um dos concursos mais concorridos dos últimos tempos, o do Senado Federal, que teve mais de 150 mil candidatos em todo o Brasil. Imagine o que sentem eles agora, de posse do resultado, vendo seus nomes na lista de aprovados! Agora é só esperar a nomeação e tomar posse, para desfrutar dos benefícios de um belo salário, da estabilidade no emprego, de um confortável e moderno ambiente de trabalho, das vantagens que o cargo público oferece, entre elas um novo status. É um prazer inenarrável, e posso falar de cadeira, pois vivenciei esse sentimento oito vezes em minha mocidade, depois de passar em oito concursos diferentes. “Sim, valeu a pena o sacrifício – se é que foi sacrifício –, e certamente faria tudo de novo se fosse preciso”, dirão esses futuros servidores.
Para quem não está nessa lista feliz, bola pra frente. Vêm aí alguns excelentes concursos, ainda este ano. É hora de aproveitar essas oportunidades. Deixo aqui o meu convite para todos que pensam nisso, mas ainda acham que não vão dar conta do recado. Venham conosco, porque as portas só se abrem para quem ao menos caminha em direção a elas. 
Como demonstrei antes, o que seria, aparentemente, um sacrifício, pode acabar se tornando extremamente prazeroso e gratificante. O tempo vai correr a seu favor. Até mesmo as manhãs e tardes de sábado e domingo em sala de aula, em vez de no clube ou no barzinho, e menos tempo com a família serão plenamente compensados e recompensados, quando, finalmente, você, querido leitor que seguir o meu conselho, se tornar detentor de umFELIZ CARGO NOVO! 
J. W. Granjeiro é Diretor-Presidente do Gran Cursos; coordenador do Movimento pela Moralização dos Concursos - MMC. www.professorgranjeiro.com. Twitter: @jwgranjeiro.
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