Luiza RicottaMuitas destas repercussões no ambiente de trabalho público vêm de uma formulação do pensamento de que não podem ter produtividade para não destoar da maioria. Os que fazem mais e melhor tendem a ficar evidentes. E isso não é bom para aqueles que pretendem passar por funcionários públicos invisíveis: - de que é possível ter produtividade, pois será requisitado a produzir. Trata-se de uma medíocre filosofia: - manter-se igualado a todos na baixa qualidade e produtividade.
Incrivelmente isso vem ocorrendo nos setores públicos! Onde muitos profissionais não são estimulados a demonstrar sua capacidade em razão de outros colegas não adotarem o mesmo nível e com isso são até discriminados. Pasmem! Discriminados por serem competentes!
Inúmeros são os casos de profissionais que se sentem pouco estimulados a “fazer mais” pela sua carreira. Trilharam o desafio do concurso público, estabeleceram ritmo, organização, disciplina, envolvimento com o conhecimento e desenvolveram habilidades tais que os tornariam profissionais de excelência quando lotados no setor público. Mas o que teria ocorrido ao ingressar? O que vem fazendo com que tantos estejam se contagiando por essa manobra do “fazer menos”? Não é raro ouvir destes, que na instituição há o reforço para não se esforçar demais e como consequência o seu desapontamento e frustração. Acabam sendo pressionados pelos mais antigos a entrar no ritmo lento da baixa produtividade. Aquele que produz se torna explorado e sobrecarregado. Ele terá mais trabalho que os demais, e assim uma espécie de luta de “queda de braço” passa a existir e persuadindo-o a fazer menos, assim como os outros.
Os que se destacam na agilidade são vistos como aqueles que estão saindo do ritmo da maioria. Com isso são desestimulados à eficiência em razão de uma pressão grupal que visa limitar o trabalho num nível medíocre. Onde ser bom no que se faz não pode ser reconhecido, pois, criaria uma imagem positiva de si no ambiente e no grupo e a constatação de que é possível exigir mais. Pasmem novamente, muitos profissionais temem serem reconhecidos como eficientes e de excelência em razão desta pressão de pessoas e até pequenos grupos que pretendem que seu potencial não vá além do que a maioria possa corresponder, pois assim ninguém se destaca.
É preciso lembrar que os ambientes e contextos profissionais públicos, funcionam em uma estrutura corporativa, da geração de um espírito de colaboração e coparticipação que vão reger a dinâmica dos trabalhos, principalmente para aquelas funções onde o trabalho é realizado em equipe.
Ser bom incomoda! Causa discriminação por parte daqueles que precisam do nivelamento abaixo do mediano para que a incompetência destes não apareça! Para que estes que produzem pouco, não sejam identificados.
Estude e trabalhe com o propósito de “quem faz” e por esta razão oferece qualidade. Nível esse que marcará sempre os seus serviços. Não permita ser punida (o) por Ser bom no que faz. Não aceite a pressão advinda de terceiros que buscam o não reconhecimento e apenas se tornam mais um no esquema de controle da baixa qualidade.
Luiza Ricotta é psicóloga e professora universitária. Autora do livro Preparação Emocional em Concursos Públicos: equilíbrio e excelência. Você pode conhecer também o tema através das vídeo-aulas de Preparação Emocional na área VIP para assinantes do www.jcconcursos.com.br. Twitter: @luizaricotta.Siga o JC Concursos no Google News