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“Concursite”

O que faz mal ao país, hoje e sempre, é o nepotismo, a corrupção, o compadrio político, e não as pessoas que buscam alcançar sonhos e ideais.

Redação
Publicado em 11/07/2014, às 14h28

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William Douglas

Sou considerado por muitos o “guru dos concursos”. Efeito de mais de uma década falando e escrevendo sobre o tema, dando conselhos e ajudando milhares de concurseiros a alcançar o sonho da aprovação. Conhecendo isso, posso dizer que sou acometido de “concursite”.

Há algum tempo esse termo foi empregado de maneira pejorativa, mas hoje quero reverter essa ideia. Usando termos médicos, podemos dizer que estamos vivendo uma febre de concursos. Efeito do enorme número de vagas, das justas prerrogativas dos cargos, do desemprego, da situação do país etc.

Ao contrário da “juizite”, que existe, como a “promotorite”, a “defensorite”, a “procuratite”, a “advocatite”, a “concursite” não se trata de um vírus arrogante e megalomaníaco, e sim um vírus do esforço, do sacrifício, do desapego e da dedicação. Os concursos, afinal, não são algo ruim. É por meio deles que todo os dias vejo pessoas mudarem suas vidas. Foi por meio deles que vi uma ex-favelada, ex-empregada doméstica, negra, fazer carreira de empregada a telefonista, de telefonista a serventuária da Justiça Federal, de serventuária à juíza federal. Nesse sentido, acho que um país que permite esse tipo de progresso deve ser, no mínimo, digno de elogio.

Não se pode negar que os concursos oferecem mais segurança que a iniciativa privada. É um fato! Se isso é bom ou ruim, se o serviço público deveria ter formas menos complicadas para eliminar seus maus agentes (uma mudança que defendo), se a iniciativa privada deveria ser menos agressiva com os trabalhadores... Tudo isso são teses, e boas teses. Mas não se pode tirar aparte pelo todo e dizer que, por conta dessa estabilidade e segurança, da diferença em relação à iniciativa privada, todos os servidores (futuros e atuais) são displicentes, diletantes... Não são!

O que vemos em todas as repartições são pessoas dedicadas, competentes e capazes. Algumas pessoas vão para a faculdade sabendo exatamente o que querem fazer. Conheço quem quer ser advogado e quem quer ser juiz. E muitos desses escolheram cargos que, mercê de nossa democracia, são acessíveis mediante concurso. Ainda bem, pois eu, por exemplo, sou filho de lavrador e de operária de chão de fábrica. Se não fossem os concursos, é possível que eu não fosse juiz federal.

O que faz mal ao país, hoje e sempre, é o nepotismo, a corrupção, o compadrio político, e não as pessoas que buscam alcançar sonhos e ideais. Portanto, se o concurso é uma febre, repouse com um livro na mão, se hidrate com provas passadas, aproveite a fase aguda para reunir a maior quantidade de informações possíveis e lute para tornar-se remediado.

William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 40 obras, dentre elas “Como Passar em Provas e Concursos” e “As 25 Leis Bíblicas do Sucesso”. Redes sociais: @site_wd, @site_wd2 e WilliamDouglas (Facebook).

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