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Páscoa e concurso público

O que a história da Páscoa pode dizer sobre passar em concursos?

Redação
Publicado em 05/04/2012, às 16h30

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William Douglas
Um título como esse pode gerar a suposição de que recomendarei aos concursandos que aproveitem o feriado para uma boa revisão, ou para fazer um simulado e corrigi-lo. O que não é má ideia. Mas aproveitar este período para recarregar a bateria, se desestressar e dar atenção ao cônjuge ou aos filhos também é uma excelente opção.
Quero ir mais longe, lembrando ao leitor a origem da páscoa. O povo de Israel tinha ido para o Egito, levado por José, que alcançou o cargo de segundo homem no governo, estando abaixo apenas da autoridade de Faraó.
Passados muitos e muitos anos, os judeus se transformaram em escravos, sendo submetidos a tratamento cruel e degradante. Mesmo assim, seu crescimento populacional passou a ser visto como uma ameaça aos egípcios. A solução foi simples: matar todos os recém-nascidos do sexo masculino, lançando-os ao Nilo.
A mãe de Moisés, um recém-nascido judeu, colocou-o em um cesto e pediu que a irmã de Moisés, Miriã, o vigiasse de longe. O cesto foi encontrado pela filha do Faraó e Miriã, muito esperta, apresentou-se e perguntou se eles não queriam uma babá. Moisés, assim, cresceu sob a marca de duas culturas. Já adulto, tomou a defesa de um judeu que estava sendo açoitado, acabou matando um soldado egípcio e fugiu para o deserto.
Foi no deserto que Deus apareceu a Moisés, no meio de um arbusto que, mesmo pegando fogo, não era consumido. Foi ali que ele recebeu a missão de levar o povo de Israel do Egito para Canaã, a Terra Prometida, onde manava leite e mel.
Assumindo o encargo, Moisés voltou para o Egito e apresentou ao seu povo os planos de Deus. Engana-se quem imagina que ele foi bem recebido. Ao contrário, foi visto por seu povo com desconfiança. E, perante os egípcios, como traidor. Traidor... e tolo. Afinal, Moisés abriu mão dos privilégios de ser considerado filho de Faraó. Essa história foi muito bem adaptada para o longa metragem animado Principe do Egito, da Disney, que recomendo.
Continuando a história, tão logo os judeus tinham saído, o Faraó muda de ideia e determina ao seu poderoso exército que persiga os judeus. Nessa hora, os retirantes estavam acampados às margens do Mar Vermelho. Ao saberem da aproximação do exército, muitos judeus reclamaram de Moisés dizendo que se era para morrer no deserto, melhor teria sido nem sair do Egito.
Pressionado por todas essas circunstâncias, Moisés começa a orar a Deus, pedindo socorro. Deus, então, dá uma bronca em Moisés, dizendo: “Por que clamas a mim, Moisés? Estende a tua vara, toca o mar, que as águas se abrirão”. Dito e feito. Moisés passa com o povo pelo meio do mar e salva-lhe do exército inimigo.
Os judeus peregrinaram ainda por 40 anos no deserto do Sinai antes de chegarem à Terra Prometida. Foi um tempo de dureza, de sofrimento, de angústia e incertezas.Essa é a história da primeira Páscoa, a celebração da libertação dos judeus da escravidão do Egito, por Moisés.
Mas, agora você pergunta, o que o concurso tem a ver com isso? O cargo público é a Terra Prometida. Mana leite e mel, que é outro nome que podemos dar para a estabilidade, o status, os bons vencimentos e, em especial, a chance de fazer parte da administração pública, de fazer o país ser melhor, de ajudar o próximo sendo remunerado pelo governo. O deserto é o concurso e a fila, mas ao fim... é compensador.
Continuando: o que a história da Páscoa pode dizer sobre passar em concursos?
• É preciso ter um plano. É preciso imaginar a Terra Prometida e querer chegar nela. O primeiro passo é sonhar. Sem uma meta ninguém faz nada.
• As pessoas podem não acreditar em você e nem em seus planos. Você tem de acreditar em si mesmo e no projeto, mesmo que seja o único, ou melhor, mesmo que sejamos só nós dois: você e eu
• Você vai ter, como Moisés, de abrir mão de alguns privilégios, de algum comodismo. Vai ter de abrir mão de uma série de atitudes e comportamentos contraproducentes. Não dá para passar em concurso agindo como se fosse filho de um rei... É preciso muito esforço, disciplina, dedicação e, claro, estudo.
• Não aja como aqueles judeus que reclamaram de Moisés. Pare de reclamar dos outros e faça alguma coisa. Assuma o papel de protagonista da própria história. Jamais aceite a comodidade que a paralisia de projetos e de iniciativa oferece num primeiro momento.
• Não aja como Moisés quando jogou toda a responsabilidade nas mãos de Deus. Deus se interessa por você e vai operar milagres, mas pare de ficar só com discursos e orações (só com projetos). É preciso tocar o mar para que ele se abra. Passar em concursos é para quem tem sonhos... e tarefas. Faça sua parte.
• Antes de Canaã, havia um deserto. Todo ritual de passagem, em especial de passagem de uma situação ruim para um melhor, exige um período de preparação e sacrifícios. O período de estudo, disciplina, muito estudo, muitos simulados etc., o próprio período de aprender a ser preparar para concursos, tudo isso faz parte de um longo deserto onde você vai precisar passar para chegar ao seu objetivo. Sem deserto, sem terra Prometida.
• A Terra Prometida estava lá para os judeus, e estará lá para você. Você, que já está a algum tempo nesse projeto já deve ter passado por momentos difíceis, ou pode estar em um deles exatamente agora. O que dizer sobre isso? Colega, a Terra Prometida continua lá! Faça sua jornada que você chega, não desanime. 
Tenho certeza que você chegará ao seu destino, no tempo certo, após sua dose de deserto e caminhada. Até lá, boa sorte, e meus votos de Feliz Páscoa!
William Douglas é juiz federal, professor universitário, autor de mais de 20 obras e expert em Concursos Públicos (passou em 9 concursos, sendo 5 em primeiro lugar). www.williamdouglas.com.br
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