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Um melhor uso das inteligências

A inteligência não deve ser vista como um atributo único, medida através de testes, que o quantifica, e estabelece um coeficiente. É preciso considerar também as demais habilidades pessoais do candidato

Redação
Publicado em 17/05/2012, às 16h25

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Luiza Ricotta
Todo candidato quando estuda para concurso vê a sua frente uma série de atitudes a tomar. E não é comum atentar-se para o fato de lançar mão de tudo o que pode vir a favorecê-lo, como uma melhor utilização de suas habilidades e inteligências. Sim, no plural, pois estamos praticamente moldados a pensar que a inteligência é um atributo único, medida através de testes, que o quantifica, e estabelece um coeficiente – uma espécie de patamar que sua inteligência ocupa, delimitando pessoas a uma fronteira, aos que possuem maior e menor escore. Testes assim são comuns em processos seletivos em geral, em escolas e em trabalhos voltados para orientação vocacional para verificar esse coeficiente a fim de aferir se o candidato encontra-se apto nesta categoria. No entanto, não considera as demais habilidades e competências que um indivíduo possui, como a inteligência linguística, musical, interpessoal, intrapessoal, cinestética, visual, espacial, naturalística, a pictórica; ou seja, a de seguir para além da já tão conhecida estrutura lógica. Trata-se de romper esse limite do pensamento racional, estruturado e ordenado, ampliando para um tipo de pensar, falar e agir que se complementa com o uso da inteligência emocional e/ou intuitiva. Onde ambas equilibradas servem de ancoragem para o candidato explorar as suas múltiplas capacidades.
É comum não estar sensível a  esta concepção em razão de nossa herança acadêmica, onde foram avaliados pelas notas em todo o seu percurso, e não pelo seu potencial global. Até mesmo pelo desconhecimento de professores, e por uma prática docente  que mantém o estabelecimento de uma constante linha divisora, dos que sabem e dos que não sabem pela ótica da avaliação numérica.
Mas o que pensar das demais competências que você possui, e ao não serem exploradas no modo de avaliá-los, não foram consideradas?Ou seja, uma avaliação que considera um único crivo, não representa a sua totalidade, sua competência global, apenas oferece um meio de quantificar dentro de um objetivo e propósito cujas regras não foram estabelecidas levando-se em consideração o reconhecimento das suas tantas habilidades. Digamos que o meio da avaliação por uma nota, como ocorre em provas de concursos, são meios pelos quais se considere de forma objetiva e não subjetiva, de modo a reconhecê-lo na habilidade de estrutura lógica e racional, que no entanto ganha expressão quando somada ao uso dos seus recursos emocionais e intuitivos. 
A escolha pela resposta certa é o critério adotado para medir e classificá-lo em relação aos demais candidatos, posto de forma bem objetiva. Não estão sensíveis a reconhecer e explorar as melhores habilidades que possui e a avaliarem segundo uma padronização que represente não favorecer um ou outro, mas oferecer a mesma chance e oportunidade que a peneira do concurso acaba fazendo.
No entanto é importante considerar que tal aspecto evidente não o avalia enquanto pessoa. Longe disso!
Muitos se sentem derrotados, sendo comum estudantes absorverem uma auto imagem de menor reconhecimento, e mais: a de obterem dessa experiência uma sensação de não poderem fazer parte de determinado grupo, de estabelecerem para si uma linha divisora excludente, como se não pudessem ser suficientes para tal.
Sim, a vida de candidatos que já  foram alunos é permeada de histórias pessoais, de provações e códigos que irão lhe oferecer as influências que vão fazer parte desta jornada rumo a sua colocação. 
Todo candidato está lutando para não ficar de fora e observa a quantidade imensa de tantos outros que desejam o mesmo que ele, daí a enorme quantidade de inscrições. Precisamos analisar isso em razão de uma necessidade, uma busca incessante que as pessoas de forma ética e meritória buscam neste reconhecimento profissional.
Não há luta mais digna do que aquele que se presta a realizar provas a fim de galgar uma posição, colocando-se à mostra, passando pela provação. Considero que realmente são preciosas essas histórias de superação.
Dificilmente os candidatos estão atentos a considerar um melhor uso das inteligências, até mesmo porque estão envoltos a um tipo de pensamento advindos dos estudos constantes, onde seu principal foco é reconhecer a resposta certa. Todos estão predispostos a um raciocínio lógico, e em não sendo a resposta certa, seu destino está comprometido. Não os culpo por isso, mas os convido a pensar sobre o assunto.  Fica reduzido considerar que contamos somente com uma habilidade chamada inteligência para lutar nessa busca por território. Reduzir sua conquista significa não considerar outros elementos tão importantes quanto contar com o equilíbrio das suas inteligências racional e/ou lógica como a emocional e/ou intuitiva. Ambas lhe dão a ancoragem maior e necessária na obtenção de um potencial com mais possibilidades. Vários fatores estão interelacionados junto com seu desempenho em provas, a começar pela forma de pensamento, o modo como é conduzido a concluir a resposta. 
É essa desenvoltura que está sendo aperfeiçoada, na descoberta do como se faz, lançando mão das várias possibilidades que as suas inteligências oferecem, onde a intuição também ganha destaque, as mais variadas formas de estudar a fim de estimular junto com os seus sentidos, o entendimento necessário para que a compreensão exista, o aprendizado e, consequente, memorização e retenção de conteúdos.
Se são capazes de contar com a capacidade para determinadas atividades, há de se considerar que possam desempenhar uma série de respostas novas e diferentes das que vêm formulando, recriando e até admitindo um modo de conceber o conhecimento como seu aliado, e não algo com gosto de derrota. O conhecimento precisa ser administrado e  a condução será sua. Lembre-se que você é MAIS! Sua pessoa não está sendo avaliada e sim alguns de seus atributos bem objetivos. Luiza Ricotta é psicóloga e coach na preparação de candidatos. Professora universitária de cursos de pós-graduação e em escolas preparatórias para concursos. Mestre pela U.P.Mackenzie. Pós-graduada em Terapia Familiar PUC-SP e em Psicodrama como Didata Supervisor – FEBRAP. Autora de livros,  entre eles: "Preparação Emocional em Concursos: equilíbrio e excelência". E-mail: profluizaricotta@hotmail.com Twitter: @luizaricotta



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