Altos salários e muitas vagas oferecidas podem convencer candidatos a mudar de profissão
Quem está atento ao mundo dos concursos públicos já deve ter percebido que, vez ou outra, surge uma seleção que exige formação superior em qualquer área de conhecimento. Neste tipo de concurso, o interessado pode ser graduado em Odontologia, História, Administração ou qualquer outro curso, não importa. Só para citar alguns exemplos recentes, os processos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) têm como requisito a graduação superior em qualquer área.
Esses concursos vêm fazendo sucesso, como afirma o Diretor-Presidente do Obcursos, professor J. Wilson Granjeiro. “Vejo muitos psicólogos serem aprovados em concursos para Auditor da Receita Federal, uma função teoricamente voltada a profissionais da área contábil”, exemplifica.
A hora certa
Mas, até que ponto vale a pena deixar de lado a profissão escolhida para desempenhar uma função diferente em um órgão público? De acordo com Arlindo Felipe Júnior, diretor do Grupo Soma – especializado em soluções para Recursos Humanos e Gestão de Pessoas e Processos –, mudar de carreira pode ser interessante se, com o novo emprego, a pessoa obtiver uma ascensão profissional ou financeira.
Quanto ao momento certo para trocar, o diretor é cauteloso. “Isso é algo muito específico. Cada pessoa tem o seu momento. Uma boa hora para mudar é quando o profissional deseja produzir mais e está limitado no emprego atual”, afirma.
No caso específico dos concursos, altos salários e muitas vagas oferecidas podem convencer um candidato a prestar uma prova que não exige formação específica. Entretanto, tanto para Granjeiro quanto para Júnior, esses dois fatores não devem ser preponderantes na escolha de um concurso. Segundo Granjeiro, é fundamental ter um pouco de afinidade com a carreira para garantir o sucesso profissional.
“Optar por uma carreira só pelo dinheiro não é duradouro. Em qualquer função, é preciso se realizar profissionalmente”, completa Júnior.
Aprovada está satisfeita na nova função
Talita Fusco/SP
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