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Com quem podemos contar?

Se tem uma coisa que me causa uma profunda reflexão é esse tema: com quem podemos contar?

Redação
Publicado em 19/03/2015, às 11h24

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Daniel Sena

Se tem uma coisa que me causa uma profunda reflexão é esse tema: com quem podemos contar?

Eu tenho certeza que você já deve ter feito essa pergunta várias vezes. E não só ter feito a pergunta, como também encontrado respostas. Ao longo da nossa história costumamos contar com várias pessoas para atingirmos nossos objetivos.

Quando nascemos contamos com as pessoas que nos deram vida, ou seja, com nossos pais. Nas formações familiares mais modernas, esse apoio pode ser ampliado com a presença de outros membros da família. Mas uma coisa é fato: no início da nossa vida, contamos com as pessoas que vão nos ensinar como caminhar, como viver.

À medida que vamos crescendo, nossa percepção acerca das relações sociais vai amadurecendo e construímos novos relacionamentos. Construímos relações de amizade, de amor, de sociedade. Aprendemos a distinguir os amigos dos colegas. Fortalecemos as relações familiares, e desenvolvemos outras perspectivas que nos fazem sentir mais seguros na caminhada.

Até aqui não disse nada demais. O que fiz foi apenas construir uma estrutura lógica de relações sociais, as quais são uma regra na vida da maioria das pessoas. Mas o objetivo desse texto não é apresentar o óbvio. O que eu quero é descobrir com quem realmente podemos contar.

Lembro-me da minha infância e de toda estrutura familiar que vivi nesse período. Foi maravilhoso. A presença dos meus pais, avós e até bisavós - a minha bisavó fará 100 anos neste ano. Sempre tive uma presença familiar muito forte em minha vida. Mas no dia em que resolvi estudar para concursos a maioria dessas pessoas não me apoiou. Minha mãe, uma grande mulher, responsável pela maior parte da minha educação, sempre presente, com muito amor, não acreditava em mim quando eu decidi me dedicar aos concursos. Ela achava que aquela empreitada não era para mim. Quando passei no primeiro concurso, ela ainda disse que aquele era fácil e que qualquer um passava.  

Alguns amigos faziam questão de dizer que, para passar em concurso, seria necessário ter um contato político, ou dinheiro para comprar uma vaga. Outros torciam para que eu não passasse pelo simples fato de não quererem que eu alcançasse algo melhor do que eles poderiam alcançar.

Na prática, para onde eu olhava, não encontrava ninguém que pudesse somar sua força à minha. O mais incrível é que a maioria das pessoas que não me ajudavam eram as mesmas que me amavam e que faziam parte do núcleo mais importante da minha vida.

Se fosse esperar por alguém, se fosse contar com alguma dessas pessoas, se fosse depender de qualquer um dos meus amigos e familiares, eu jamais teria chegado até aqui.

Quando olho para trás e penso nas pessoas com quem eu podia contar, não encontro ninguém. Exatamente porque nesse desafio a única pessoa com quem se pode contar é com você mesmo.

Todas as vezes que você depositar sua confiança em alguém fora de você mesmo, haverá um grande risco de se decepcionar. Todas as vezes em que você depositar sua motivação fora do seu coração, alguma coisa acontecerá e o desanimará. E o mais interessante é que as pessoas que amamos e que agem assim, não fazem isso por mal. Fazem porque desconhecem esse caminho. Fazem porque são incapazes de compreender que quando você sai de uma prova, a última coisa que você deseja é falar sobre a prova. Não há nada pior do que a pergunta cheia de expectativa: como você foi na prova? Ou pior: você só estuda? Ou ainda: quando você começará a trabalhar?

Quem nunca esteve em seu lugar, não é capaz de entender o que você está sentindo. É por isso que às vezes nossos piores algozes são as pessoas mais próximas, mais íntimas, mais importantes da nossa vida. Mas não os culpem pelo seu insucesso. A não-contribuição é involuntária. Eles não querem te atrapalhar. Fazem sem querer. Eles até desejam ajudar, mas não sabem como. Se eu tivesse ouvido minha mãe, nunca teria passado em um concurso. Se eu tivesse dependido da motivação dela, eu não teria saído do lugar.

Duas coisas que quero deixar para você pensar. Primeiro, não espere que alguém entenda o que você está passando. Não espere que haja compreensão acerca das suas escolhas ou aceitação sem críticas. Quando as pessoas mais importantes da sua vida te desanimarem, ou com suas palavras e atitudes tentarem te desmotivar, não se importe com isso. Encare como desconhecimento. Não perca tempo tentando explicar, ou mesmo tentando entender, as razões daqueles que não contribuem para seu sucesso. Apenas deixe passar. Se os comentários dirigidos a você não te edificam, ignore-os.

A segunda coisa que quero que você perceba é que essa caminhada é solitária. É você e você. Não existem prepostos. Ninguém trilhará esse caminho em seu lugar. O sacrifício é seu, mas a vitória também será somente sua. Aprenda a produzir a sua própria automotivação tendo como pano de fundo sua história e seus sonhos. Quem espera pelos outros, nunca chega onde deseja.

Lembre-se: a única pessoa com quem podes contar, é com você mesmo!

Daniel Sena é diretor do AlfaCon São Paulo, professor de direito constitucional e especialista em concursos públicos. Twitter:@ProfDanielSena. Facebook: /Profdanielsena.

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