Especialistas comentam qual deve ser a postura da Fundação Carlos Chagas, como organizadora, e especulam sobre a suspensão do certame
Contrariando as expectativas de profissionais do meio, que não acreditavam que o concurso do INSS pudesse alcançar muito mais do que 500 mil inscrições, chega-se a 921.136 candidatos na corrida por 1.875 vagas, entre as carreiras de técnico e perito.
O número não significa apenas que a concorrência será muito alta e que, por isso, somente os mais bem preparados passarão. Simboliza, também, barreiras que a Fundação Carlos Chagas terá de transpor.
“Eu acredito que pela organização e seriedade da FCC, esse vai ser um processo a ser superado, mas a grande dificuldade será a logística para o dia da prova”, observa o diretor acadêmico e de serviços ao aluno do Instituto IOB, Leonardo Pereira.
A mesma opinião é partilhada pelo diretor da Academia do Concurso, Paulo Estrella. “A organizadora tem o desafio de garantir que todos os candidatos realizem a prova com segurança e controle. Todo cuidado é pouco para administrar, sem confusão ou fraudes, um volume tão grande de provas”, argumenta.
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Uma outra questão delicada pesando sobre a FCC é a possível suspensão do concurso, solicitada pela Defensoria Pública da União em Sergipe. “A organizadora tem que seguir com os procedimentos como se nada tivesse acontecido, até que sobrevenha uma decisão que impeça a realização. Não podemos prever, até porque não sabemos quem será o julgado, mas em uma opinião bastante pessoal, diria que a probabilidade de suspensão seria de uns 40%, e de anulação, uns 10%”, revela Pereira.
Porcentagens próximas são especuladas pelo advogado especializado em concursos, Bernardo Brandão. “Com base no artigo 37, § 6º da Constituição da República de 1988, e nos artigos 927 c/c art. 186 e 43 do Código Civil/02, a possibilidade é de 50%”.
Mas como a suspensão é apenas um pedido, até agora, o importante é focar no estilo da prova, que tende a apresentar questões de exames anteriores. “A FCC faz provas bastante objetivas e que favorecem a capacidade de memorização, com enunciados não muito longos. Isso torna a prova menos cansativa, porém mais arriscada, já que o bom senso não oferecerá uma resposta à questão. Para contornar o problema, o candidato deve fazer questões de provas anteriores e identificar quais assuntos são mais cobrados, e de que forma são exigidos. Outra característica dessa banca é reciclar as questões de outros concursos”, esclarece Paulo Estrella.
Para Leonardo Pereira, “elemental é ler muito, principalmente as provas de português, para entender o estilo do texto. É preciso saber profundamente toda a doutrina e legislação, e fazer provas anteriores e simulados. Raciocínio lógico prejudica muita gente”, diz o diretor do IOB.
Por isso, dê o seu melhor e boa sorte!
Pâmela Lee Hamer
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